tag:blogger.com,1999:blog-81602665116789566372024-03-13T22:13:37.135-07:00Mãos e FilhosAndréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.comBlogger33125tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-13054589445284765432015-05-20T17:08:00.004-07:002015-05-20T17:17:43.455-07:00Coisas que ouvimos por aí... (parte 1)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #141823; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 115%;">“Em situações
extremas, é correto dar umas palmadas numa criança, para lhe ensinar, já que
ela não tem o discernimento para saber o que é certo ou errado.”(?)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3"><span style="color: #141823; line-height: 115%;"><br /></span></span></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3"><span style="color: #141823; line-height: 115%;">O pensamento é equivocado; traz implícito o argumento que um adulto, por
ter o discernimento completo, não pode apanhar como consequências de suas
ações, mas uma criança, que não tem discernimento precisa levar palmadas para
aprender.<span class="apple-converted-space"> </span></span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text5:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text6:0">Faz
sentido? Pensando por essa visão, seria o adulto, então, que mereceria apanhar,
porque erra consciente de seu erro, não?</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text7:0" />
<br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text9:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text10:0">Será
justo que exatamente a criança, ainda em formação, que não tem o discernimento
completo, que não sabe diferenciar o que é correto do que não é; que muitas
vezes, ainda que entendendo o que é ‘certo’, sua formação cognitiva ainda não
está preparada para agir sabiamente e livre de impulsos, precise apanhar pra
aprender? Esse não seria exatamente um dos motivos pelos quais uma criança
precisa ser educada com carinho e paciência, utilizando-se o adulto de várias
estratégias para ensiná-la, até que alcance a fase em que saberá atuar com
consciência e responsabilidade?</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text11:0" />
<br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text13:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text14:0">Muitos
pais acham que a palmada é um caminho fácil e descomplicado e, muitas vezes, é
o único caminho, enquanto a criança não tem capacidade de compreender palavras.
Para facilitar a compreensão do leitor, apresentarei alternativas às palmadas,
para lidar com a criança que ainda não tem discernimento do “certo” e do
“errado”. Utilizarei como exemplo um comportamento muito apresentado pelas
crianças pequenas, ainda sem discernimento, incapazes de compreender o ‘não’ e
as explicações dadas pelos adultos – o mexer em tomadas.</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text15:0" />
<br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text17:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text18:0">Ouvi,
certa vez, uma mãe a dizer: “Mas eu prefiro dar uma palmada em meu filho do que
deixá-lo tomar um choque elétrico.” Pergunto: Só há essas duas alternativas? A
mesma mão que dá a palmada, e utilizando-se aproximadamente do mesmo tempo -
apenas segundos -, não pode tirar a mão de seu filho de perto da tomada, evitando,
sem dor, o choque elétrico?</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text19:0" />
<br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text21:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text22:0">Reporto-me
à reflexão utilizada na imagem, e lhe convido a pensar:</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text23:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text24:0">Se
a pessoa a mexer na tomada, não fosse uma criança, mas estivesse igualmente em
vulnerabilidade e risco, o que você faria? Acharia, sim, outra alternativa além
palmada, não é? Sendo mais específica: se você estivesse cuidando de um idoso
com grave desequilíbrio mental, o que você faria?</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text25:0" />
<br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text27:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text28:0">Possíveis
opções:</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text29:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text30:0">-
Daria um jeito de deixar as tomadas escondidas atrás de móveis.</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text31:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text32:0">-
Colocaria protetores nas tomadas.</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text33:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text34:0">-
Desviaria a atenção do idoso para alguma coisa que lhe atraísse.</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text35:0" />
<br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text37:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text38:0">Não
sendo possível nenhuma alternativa anterior, é bem provável que você, amando
esse idoso (caso fosse pai ou mãe, por exemplo) ficaria com a, talvez ÚLTIMA
opção (e que, certamente, não seria uma palmada):</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text39:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text40:0">-
Vigiaria o idoso durante 100% do tempo – você dormiria apenas depois q ele
adormecesse; você o deixaria em um local livre de tomadas no momento do sono,
porque caso o idoso acordasse antes de você...</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text41:0" />
<br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text43:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text44:0">Estou
apresentando essas opções considerando que você acredita que não se bate em
idoso, certo? E creio que a opção acima, de vigiá-lo durante todo o tempo (isso
inclui pagar alguém pra vigiá-lo enquanto você estivesse trabalhando) seria a
última opção, mas seria uma opção, caso fosse necessário, verdade?<span class="apple-converted-space"> </span></span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text45:0" />
<br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text47:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text48:0">Agora
eu lhe pergunto: por que você é capaz de livrar um idoso que você ama, de
sofrer um acidente, sem utilizar-se de palmadas ou outra espécie de violência,
mas não seria capaz de livrar seu filho que você talvez ame muito mais?</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text49:0" />
<br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text51:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text52:0">Se
uma criança pequena avança com seu dedinho para colocá-lo em uma tomada; se a
criança corre em disparada para o meio da rua, onde há carros em movimento; se
a criança sobe na cadeira ou na mesa etc., e ainda não tem discernimento para
compreender os perigos por que passa, e não está apta a entender a língua ‘NÃO
PODE’, de nada vale que o adulto continue pedindo ou mandando que ela “Pare!”
ou “Desça!”, ou “Não corra para a rua!”, e não é por isso que ela deverá levar
palmadas. As suas funções cognitivas ainda não estão preparadas para
compreender e aprender. Em vez de dar ordens, tire a criança da situação de
perigo ou tire os objetos de risco de perto da criança, ou segure a criança
para que não parta para situações de risco.</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text53:0" />
<br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text55:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text56:0">Podemos
usar de várias alternativas ATÉ QUE a criança passe a entender. E como o tempo
passa muito rapidamente, acho que isso SÓ deverá durar uns 3, 4 anos... (Tenho
uma amiga que ficou com seu avô idoso e em insanidade mental por muito mais
tempo; trancou a faculdade para cuidar dele e livrá-lo dos perigos, e cuidou
dele sem palmadas e gritos até a sua morte; nisso ela “perdeu” quase 10 anos de
sua vida.)</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text57:0" />
<br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text59:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text60:0">E
com crianças ainda é bem mais simples do que com idosos, porque a criança está
evoluindo e aprendendo. É mais simples também porque a criança pode ser muito
mais facilmente atraída por outras coisas. Basta um pouco de água e sabão, por
exemplo, e ela já trocou a tomada pelas bolhas coloridas no ar; diferente do
idoso...</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text61:0" />
<br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text63:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text64:0">“Às
vezes se diz que as crianças não estão aptas para a liberdade do autocontrole
até que atinjam a idade da razão, e enquanto isso, devem permanecer em um
ambiente seguro ou serem punidas. Se a punição pode ser adiada até que alcancem
a idade da razão, pode ser inteiramente dispensada.” (Burrhus Frederic Skinner)</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text65:0" />
<br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text67:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text68:0">Então,
a ideia equivocada de que “em situações extremas, é correto dar umas palmadas
numa criança, para lhe ensinar, já que ela não tem o discernimento para saber o
que é certo ou errado.”, baseia-se tão somente na forma como você foi educado.
Talvez você seja uma das pessoas que cresceram sabendo que criança tem que
levar palmada pra aprender; e talvez você precise refletir um bocadinho para
enxergar além... Essa palmada que até chamam, carinhosamente, de ‘palmadinha’,
não é tão inofensiva como se pensa.<span class="apple-converted-space"> </span></span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text69:0" />
<br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text71:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$text0:0:$text72:0">Quando
falamos que palmada é violência, estamos falando com base em pesquisas e
estudos científicos sobre o tema. Para compreender melhor, peço-lhe que leia os
dados sobre violência no Brasil e perceba como a palmada é veículo para formas
de violência mais cruéis. Uma criança que recebe uma ‘palmadinha’ hoje, amanhã
receberá uma palmada, depois um, dois três tapas muito mais fortes, escalando
para sandaliadas e muito provavelmente surras de cinto, pedaços de pau etc. -
Mapa da violência no Brasil - Dados Oficiais:</span><a data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$range0:0" href="http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2012/MapaViolencia2012_Criancas_e_Adolescentes.pdf" style="cursor: pointer;" target="_blank"><span style="color: #3b5998; text-decoration: none; text-underline: none;">http://www.mapadaviolencia.org.br/.../MapaViolencia2012...</span></a><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text1:0" />
<br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text3:0" />
<span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text4:0">Punição
NÃO educa, porque educar não é impor medo e sim ensinar, informar (e, paulatinamente,
cientificar) a criança do que é certo e do que é errado; assegurar à criança a
construção de valores como respeito, honestidade, coragem, amor, solidariedade
(e todos que julguemos importantes para a vida de nossos filhos). Isso se faz
com respeito à criança, sem invadir-lhe o corpo e sem impor-lhe dor proposital.
Para isso, é necessário utilizar-se de paciência, carinho e atenção; é preciso
entender as fases por que passa a criança, aprender a lidar com cada fase,
saber ouvir, dialogar etc.</span><br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text5:0" />
<br data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text7:0" /><span data-reactid=".p8.1:4:1:$comment459722960851656_460951097395509:0.0.$right.0.$left.0.0.1.$comment-body.0.3.0.$end:0:$text8:0">Andréa Cristina Mascarenhas Nascimento dos Santos</span></span></span></div>
</div>
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-37588114419672883302015-05-20T16:41:00.000-07:002015-05-20T16:41:04.758-07:00Nossos filhos, as conjunções adversativas e o exemplo. <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="margin-bottom: 2.8pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-line-height-alt: 6.0pt;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br />
(Andréa Mascarenhas)<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.8pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-line-height-alt: 6.0pt;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Sem querer, eu desarrumei as
pedras de dominó que ele havia posto sobre a mesa, enquanto trocava a toalha
por uma limpa. Já tinha combinado que após arrumar a cozinha, iríamos jogar
algumas partidas, mas o que eu não havia percebido era que as pedras já estavam
divididas em dois grupos, esperando-me para a primeira jogada.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Assim q terminei a troca da
toalha, ouvi-o, bravo:</span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">
- Mamãe, que coisa! Por que você misturou as peças do dominó ‘assim tudinho’?
(e com mãos, braços e antebraços fez sinal demonstrando no ar coisas
embaraçadas)</span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">- Eita, filho! Não vi que você já
tinha arrumado. Você me desculpa?<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">- Sim, desculpo, MAS NÃO FAÇA
MAIS ISSO...<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">“...mas não faça mais isso...”
Mas... Mas... Mas... – Por que ele impôs essa condição? Não me soou confortável
ouvi-la; Essa vida apressada promete-nos um monte de erros para com os nossos
filhos. E se eu, na minha desatenção de mãe, fizesse isso ou coisa parecida outra
vez? O que ele estaria dizendo com aquilo, que não me desculparia uma segunda
vez? Mas... A primeira pergunta não deveria ser nenhuma dessas. Ei-la: “Com
quem será que ele aprendeu a falar assim?”<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">As crianças não nascem conhecendo
as conjunções adversativas; não, não, não...<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Ah, mas eu sou a mãe, eu sei
ensinar, eu ensino sempre as coisas certas, eu sou atenta, eu respeito o meu
filho sempre, eu sei que ele me imita e eu estou atenta; eu o vejo, eu o admiro
o tempo todo... Eu, eu, eu... “Espelho, espelho meu, há nesse mundo uma mãe
mais coruja que eu?” Reflexão, intuição, vigilância, atenção. Mistério,
sabedoria, enxergar através da escuridão...<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Espelho-exemplo-espelho-exemplo-espelho-exemplo.
Será? Será?<br />
Sim. Fui eu! Mas somos nós as mães, os pais, os educadores; não poderíamos
errar, não é? </span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Deveríamos ter, ao menos, 99,9% de acertos com eles. Puxa...
Somos as mães, os pais, os educadores; não deveríamos dar o exemplo o tempo
todo aos nossos filhos? Mas-porém-todavia-contudo-entretanto impomos condições
para desculpar-lhes os erros (“Eu lhe desculpo, MAS não faça mais isso, viu,
filho?”). Que decepção de ter-lhe ensinado a desculpar de forma tão equivocada.
Desculpas são desculpas; perdão é perdão e pronto.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Nos momentos de agitação ou
pressa ensinei ao meu filho que desculpamos aos outros em seus erros, mas
impomos condições e lhes cobramos posições adversativas. </span><span style="color: #141823; font-family: 'Berlin Sans FB', sans-serif;">Mas-porém-todavia-contudo-entretanto
toda mãe coruja tem o direito de errar também. Aproveito o momento para
reflexão e me vejo em alguns outros erros. Dou uma volta nas famosas conjunções
e encontro-me ensinando-lhe as condicionais. Elas combinam com ameaças. Elas
são péssimas. Elas não deveriam nunca ser ditas a uma criança: “Se você fizer
isso de novo...” Se-caso-contanto que-salvo se-desde que-a não ser que você me
prometa não fazer mais isso...</span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Essas e outras conjunções, sejam
adversativas ou condicionais, estão presentes na nossa relação com os filhos o
tempo todo, por quê?<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Costumamos tratar as crianças
como se elas não fossem passiveis de erros, como se elas tivessem o dever de
acertar sempre e, ao mesmo tempo, como se elas não aprendessem o tempo todo com
os nossos exemplos e palavras...<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">A forma com que tratamos as
crianças vem de uma cultura que, impregnada em nossa mente, muitas vezes não
nos permite enxergar as coisas como elas são. Cobramos de nossos filhos coisas
que os seus pequenos cérebros (em formação até os 7 anos) ainda não têm a
mínima condição de apreender.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Bem, já tranquilo, passado o
efeito da chateação que sentiu por mim naquele momento, arrumou novamente as
pedras de dominó. E brincamos. E jogamos. Levei um susto quando ele, fitando o
olhar forte em mim, falou-me: “Mamãe, vc sabia que uma criança de sete anos
fugiu porque ele queria outra mãe? Entendeu, mamãe?” Perdi o fôlego, recebi uma
acusação; agora era mais grave, era mais grave?! Eu não sei de onde ele tirara
isso; por certo, devia ter assistido de relance em algum programa na TV; ou
ouvira alguma conversa de adultos. Eu não sabia de que ele estava falando, mas
doeu-me cá dentro...<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Mas-porém-contudo-todavia-entretanto
ele completou: “Mas ‘ó’, mamãe, o que eu faço pra você, ‘ó’.” E desenhou
suavemente, com a ponta de seus dedinhos indicadores, um lindo coração no ar,
completando: “Mas você, minha mãe, você é a mãe melhor do mundo. Um coração
‘enormão’ para você, assim, ‘ó’!”<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Ufa! Que alívio...</span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Mas-porém-contudo-todavia-entretanto
ficarei mais atenta; acho melhor, né? rs<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Andréa Mascarenhas</span></div>
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-52288575553256044882015-05-20T16:36:00.004-07:002015-05-20T16:44:25.967-07:00OPTEI PELA DISCIPLINA POSITIVA. E AGORA?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="margin-bottom: 2.8pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-line-height-alt: 6.0pt;">
<span style="color: #141823; font-family: 'Berlin Sans FB', sans-serif;">(Andréa Mascarenhas)</span></div>
<div style="margin-bottom: 2.8pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-line-height-alt: 6.0pt;">
<span style="color: #141823; font-family: 'Berlin Sans FB', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Optei... Não. Não é bem ‘optar’ o
verbo que eu quero utilizar; não bater em filhos e criá-los com respeito e
empatia de forma alguma é opção. É que faltou uma palavra adequada em meu pobre
vocabulário. Mas... o termo que empreguei equivocadamente oportuniza uma
poderosa reflexão. Pois bem, vamos refletir juntos? Criar filhos sem castigos
físicos é o meu, o seu, o nosso dever. Assim como é nosso dever ter um
relacionamento saudável com as pessoas que convivem conosco, nos mais diversos
grupos sociais, mantendo uma comunicação baseada no respeito e na empatia. E
com os nossos filhos ainda tem algo que deixa em vantagem a relação: o amor.
Porque “amor de mãe é amor incondicional” e incrivelmente lindo.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Retornarei ao motivo que me faz
escrever este texto, dizendo que quando, respeitosamente, passamos a criar os
nossos filhos sem castigos físicos, uma série de questionamentos passam a fazer
parte de nossa luta diária. Aproveito para trazer um desses questionamentos
aqui, e a ajudar-lhe, caro leitor, a refletir um pouco sobre ele:<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">“MAS... COMO MEU FILHO VAI ME
OBEDECER?”<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Em primeiro lugar, quero lhe
dizer algo: a obediência não é a coisa mais preciosa na relação mãe-filho. Para
melhor elucidar sobre o tema, eu preciso lhe contar um fato que ouvi de uma
colega na faculdade, no meu último semestre de Pedagogia, enquanto nós
estávamos a falar de educação de crianças e da necessidade de criarmos filhos
competentes, saudáveis e amorosos ao mesmo tempo.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">O fato: A vizinha de minha
colega, todos os dias, saia para trabalhar no mesmo horário em que os filhos
iam à escola. Eles eram orientados a pegar, no momento de retorno, a chave, na
casa da vizinha ao lado, pois o horário que eles chegavam era anterior ao horário
de chegada de sua mãe do serviço. Sua mãe, preocupada em apresentar ao mundo
(leia-se aos vizinhos, à família, à escola), filhos bem-educados e amorosos
(leia-se obedientes), entre vários ensinamentos, sempre lhes orientava: “Meus
filhos, nunca pulem um muro de uma casa, pois quem pula mura é ladrão.” Ela
sempre lhes dizia essa frase, ora em tom agressivo, ora com mansidão. O filho
menor, de aproximadamente 8 aninhos, assimilou isso de forma muito contundente;
o mais velho, de 12 anos, classificado como desobediente, rebelde e algo mais,
sentia que não era tão simples obedecer aquela ordem.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Um dia, os dois chegaram em casa
e, ao se dirigirem, como de costume, à vizinha ao lado, eis a surpresa: sua mãe
não havia deixado a chave. Então, o garoto mais velho, olhando a dimensão do
muro e notando ser possível pulá-lo sem se machucar, não esperou um minuto e o
fez. O pequeno, agarrado à frase que sua mãe repetia incisivamente, preferiu
esperá-la ali do lado de fora, não dando ouvidos ao seu irmão, que o convidava a
pular o muro. Inesperadamente, começou uma chuva forte e o adolescente,
sentindo que deveria proteger o seu irmão menor, em vão insistiu para que ele
aceitasse sua ajuda e proteção. O pequeno optou por tomar aquela chuva e
esperar a sua mãe, obedecendo-a acima de tudo, como o bom filho, o filho que
“não dá trabalho”. Quando sua mãe chegou, encontrou o pequeno encharcado e em
prantos do lado de fora.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">O que se passou após esse
instante entre essa família não me recordo se a minha colega narrou, mas essa
primeira parte do fato já provoca uma excelente reflexão, já define a
obediência como um caminho fraco, pobre e inadequado para se seguir.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Acredito que conseguimos tirar
desse episódio preciosas lições: obedecer não deve ser prioridade na disciplina
de nossas crianças e adolescentes. Ensinar os nossos filhos a refletir, a
analisar situações, a se posicionar criticamente é muito mais favorável do que
exigir deles obediência. Dar espaço às crianças para a argumentação,
orientando-as sempre à busca de caminhos próprios é muito mais saudável do que
lhes ensinar a obediência cega. Compreendido isso, é simples refletir e buscar
outras alternativas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Entre as alternativas à
obediência, destaco aqui algumas:<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">1. Dialogue e crie vínculo com a
criança, sempre.<br />
Dialogue, Dialogue, Dialogue. Sem reclamações; sem gritos; sem ordens. Procure
compreender a criança, saber o que sente, o que ela espera de você também, e
não apenas lhe diga o que espera dela. Esse momentos geram vínculo. ‘Capriche’
na construção do vínculo. O vínculo vai lhe dar espaço para que sejam
observados as necessidades e os desejos das crianças, então você precisa
satisfazer-lhes o corpo e a alma, fazendo o seu filho feliz, sempre que for
possível. Essa atenção e cuidado faz gerar quase sempre uma conexão perfeita,
que, certamente, provocará na criança a expressão de amor, carinho e respeito.
E quando a obediência for realmente necessária, é bem provável que o seu filho
tenha a confiança suficiente para atender à sua ordem ou pedido.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">2. Saiba o que fazer no momento
em que o seu filho lhe “contrariar”.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Quando a criança desobedece, nem
sempre é porque quer lhe desafiar. Esteja preparado para lidar com esses
momentos. Pode ser que haja uma quantidade enorme de expectativas e anseios
escondidos dentro dela que você desconheça. Por isso, não se desespere, e
esteja sempre de pé e pronto a dialogar com paciência e tranquilidade.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">3. Tenha poucas regras, mas
claras; priorize regras que valorizem a pessoa como ser humano e não regras que
valorizem o ambiente e as coisas.<br />
Se seu filho tem a facilidade de bagunçar e deixar tudo desarrumado, mas possui
capacidade de enxergar o outro, de sentir compaixão pela dor do outro, de ser
sensível às necessidades do outro, valorize isso; diga para ele o quanto esses
gestos e atitudes são importantes e o faz crescer bem e feliz. Evite
reclamações pela bagunça que fez, por não ter senso de organização etc. Isso é
ensinamento secundário. O mais importante ele já aprendeu.<br />
Lembre-se sempre: como pais, precisamos ensinar a nossos filhos, acima de tudo,
os valores necessários para conviver bem em sociedade. A obediência cega pode
levar-lhes a aceitar situações de injustiça, desonestidade e inverdades.
Portanto, prefira filhos questionadores e reflexivos a filhos obedientes.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">4. Respeite os limites
psicológicos da criança. Respeite as diferentes fases e momentos da criança.<br />
Importante que antes de exigir qualquer coisa de seu filho, você tenha a
convicção de que isso não está além do que ela possa lhe dar naquele momento.
Leia sobre as fases do desenvolvimento infantil. Compreenda quando seu filho
não está bem, se está sonolento ou cansado, se está chateado com algum episódio
ou alguém, se está doentio ou indisposto etc. Não adianta exigir que ele faça a
lição de casa em um momento de sono, por exemplo, pois isso só causará estresse
para vocês dois. Prefira organizar seus horários e os dele, de forma a não
deixar espaços para esses desencontros e desgastes.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Enfim, as crianças chegam ao
mundo sem saber de nada. Somos nós, pais, seus grandes mestres! Então,
paciência e estratégia, mestre! Um bom educador ensina e aprende, portanto
esteja sempre pronto a instruir-se; não canse de buscar orientações para educar
seus filhos da melhor forma possível. Capriche no vínculo, no respeito, na
empatia e no amor. O resto é resto.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 2.8pt 0cm;">
<br />
Andréa Cristina Mascarenhas Nascimento dos Santos</div>
</div>
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-91575925623961320322014-12-29T18:19:00.000-08:002015-01-02T18:19:51.486-08:00AMAR É ESTAR CONECTADO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="margin-bottom: 3.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-line-height-alt: 6.45pt;">
<span style="color: #141823; font-family: 'Berlin Sans FB', sans-serif; font-size: 14pt;">- Andréa Cristina Mascarenhas Nascimento dos Santos -</span></div>
<div style="margin-bottom: 3.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-line-height-alt: 6.45pt;">
<span style="color: #141823; font-family: 'Berlin Sans FB', sans-serif; font-size: 14pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 7.0pt;">Conexão - Essa palavra, tão utilizada nos dias atuais, é de
extrema importância na educação dos filhos. A conexão entre a mãe e a criança
precisa ocorrer desde o nascimento. Na amamentação, no olhar, no toque, no tom
de voz, os pais precisam estabelecer conexão. Para aplicar a Disciplina
Positiva, desde a troca da fralda, ao banho, ao passeio, em qualquer atividade
realizada com a criança, é preciso conectar-se com ela.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 7.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 7.0pt;">Mas, “o que é conexão? Qual a sua relação </span><span style="color: #141823; font-family: 'Berlin Sans FB', sans-serif; font-size: 14pt;">com a educação da
criança?” - perguntou-me uma mãe, iniciante na DP. Para melhor compreender o
termo, vamos refletir um pouco no seu sentido literal. Conectar é ligar uma
coisa a outra, com a finalidade de enviar comandos e receber respostas. Seja um
sistema de conexão elétrica ou uma conexão de banco de dados, é preciso que
estejam bem ativadas para funcionar. Se não há pontos conectados e bem concatenados,
não há comunicação entre as partes. Uma conexão elétrica inadequada, por
exemplo, pode causar várias respostas inesperadas e negativas: o aumento do
consumo de energia, curtos circuitos etc., gerando consequências que vão desde
o desligamento dos aparelhos e das estruturas aos incêndios e fatalidades.</span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: 'Berlin Sans FB', sans-serif; font-size: 14pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 7.0pt;">O que que quero dizer com isso? Que uma criança precisa estar e
sentir-se conectada para poder enviar respostas positivas a seus cuidadores.
Que você precisa compreender a sua criança quando está chorando ou com birra;
precisa perguntar-se e saber dela o que sente; precisa tocá-la, olhar dentro de
seus olhos e sentir o que não vai bem. Precisa abrir canais de comunicação
seguros com o seu filho; precisa importar-se com o amadurecimento da sua relação
com ele. Precisa aprender a tocar os seus aspectos afetivos e psicológicos, e
isso é bem mais amplo do que usar a experiência materna/paterna. Quando um
ponto de conexão falhar, você precisa estar pronto a construir novos pontos e a
reestabelecer o vínculo. Porque sem vínculo, tudo pode desabar. Muitas vezes
você vai precisar até ouvir e decifrar um grito, e não será agradável aos seus
ouvidos. Mas terá que admitir que o grito pode ter surgido de uma falha na
conexão. Aquele “fio” que você nunca conseguiu colocar no lugar, porque lhe
faltou tempo e disponibilidade. Ao ouvir o grito, talvez você precise também
desprender-se da visão autoritária do “Você vai ver quem manda aqui” / “Criança
não tem querer”, e chamar o seu menino ou menina delicadamente ao diálogo e à
escuta.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 7.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 7.0pt;">“Seu filho não veio com botão de liga/desliga”; a maternidade
não lhe prescreveu ‘a fórmula’, não lhe presenteou com um manual. Não há fios
para se fazer uma ligação; o cordão umbilical já foi rompido. É necessário
refazer o elo! Um elo que não envolverá, necessariamente, algo material. Se
você o olhar perceberá o ponto certo de acesso, e é aí que se encontra a parte
agradável da conexão. Você precisará chegar bem pertinho dele; precisará
olhá-lo sempre nos olhos; precisará sentir o seu coração, sua respiração;
entender suas necessidades e desejos; conhecê-lo a fundo.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 7.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 7.0pt;">Para isso, você precisará conhecer ‘a alma’ de seu filho. A
propósito, você já conhece seu filho? Sabe como fazê-lo feliz? Você entende o
que o deixa irritado e triste? Conhece o seu maior desejo? Alguma vez, já
tentou ajudar a seu filho a realizá-lo? Nessa vida corrida e cheia de
imprevistos, muitas vezes deixamos passar tantos momentos bons e tantas
oportunidades de conhecermos e fazermos os nossos filhos felizes. Aquela viagem
que pareceu tão bela pode ter sido um fracasso em conexão, se foi dada mais
importância às malas, aos gastos, aos amigos. Quantas vezes, após um dia
inteiro de trabalho, nos vemos observando os nossos pequenos e percebendo que
não estamos acompanhando o seu crescimento e que perdemos tantos episódios de
sua vida que gostaríamos de ter assistido e participado. Se queremos construir
com eles uma relação saudável e respeitosa, precisamos aprender a nos conectar.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 7.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 7.0pt;">Como fazer essa conexão? Estando inteiro/a com seu filho e
permitindo que ele esteja inteiro com você, expondo-lhe seus sentimentos sem
constrangimento ou medo; compreendendo o seu filho, construindo momentos de
qualidade com ele, curtindo as suas ‘artes’ e folias; dando a atenção que a
criança ou o seu adolescente necessita, de acordo a cada fase do
desenvolvimento. Em vez de reclamações diárias, aprenda a dialogar e a
compreender as suas atitudes e anseios; aprenda a escuta, a observação
constante, a interação empática.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 7.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 7.0pt;">Ao contrário do que muitos pensam, a melhor forma de garantir um
futuro feliz ao filho não é presenteando-lhe com uma poupança recheada, para
que não lhe falte nada material, mas oferecendo-lhe sua presença, acolhimento e
amor, para que, na descoberta do mundo, aprenda a lidar com as questões da vida
com segurança, persistência, autocontrole, determinação e autoconfiança. O
acolhimento, o brincar juntos, o diálogo, o colo, o sorriso, o abraço são os
mecanismos necessários para a construção de uma excelente conexão entre pais e
filhos. Uma criança que se sente compreendida, amada, respeitada, receberá as
mensagens a ela transmitidas muito mais tranquilamente e enviará as respostas
com mais segurança. Conectar-se é simples, fácil e barato. Os pais não dependem
de um provedor; não dependem de uma empresa de telefonia, nem modem, nem plano
mensal. O único provedor e ferramenta que precisam é, sem dúvida, o amor.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div style="margin: 3pt 0cm 0.0001pt;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 7.0pt;"><br />
Andréa Mascarenhas<o:p></o:p></span></div>
</div>
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-58483015651480733042014-12-26T17:54:00.000-08:002015-01-02T17:54:35.834-08:00“FAÇA O QUE EU DIGO, MAS NÃO FAÇA O QUE EU FAÇO"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="margin-bottom: 3.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-line-height-alt: 6.45pt;">
<span style="color: #141823; font-family: 'Berlin Sans FB', sans-serif; font-size: 14pt;">- Andréa Cristina Mascarenhas Nascimento dos Santos -</span></div>
<div style="margin-bottom: 3.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-line-height-alt: 6.45pt;">
<span style="color: #141823; font-family: 'Berlin Sans FB', sans-serif; font-size: 14pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">A palavra tem força considerável na educação das nossas crianças
e adolescentes; as atitudes, porém, têm muito mais eficácia. Elas são capazes
de impactar positiva ou negativamente as ações e comportamentos de nossos
filhos e filhas. No cotidiano, ensinamos muito mais do que o que pensamos. Na
entonação da voz, nos gestos finos ou grosseiros; e até em como tocamos os
nossos pequenos, revelamos as nossas intenções e o nosso pensamento sobre o
funcionamento do mundo e das pessoas. Nessa interação, uma gama de
aprendizados, conceitos e valores vão se formando, e imediatamente passam a ser
vivenciados por eles. Ao apresentarem comportamentos incompatíveis com os
discursos, os pais embaraçam a mente das crianças e tendem a formar valores
opostos ao que pretendem. Aí entra em questão uma palavrinha incrível,
excepcional, indispensável na educação dos filhos, chamada exemplo.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Estava eu assistindo a uma palestra ministrada pelo psicólogo
Moacir Lira, em agosto de 2012, evento proporcionado pela Secretaria de
Educação, em nosso município, auditório com centena de mães (e alguns pais),
quando o profissional, falando sobre a educação não-violenta, afirmou algo
como: “Pais, não devemos e nem podemos bater em nossos filhos; filho tem que
ser ensinado com paciência e amor.” O silêncio dominava o ambiente; percebia-se
atitude de reflexão e atenção, quando se ouviu uma voz grave, forte e irritada,
a cerca de três metros de onde eu estava: “Tem que bater mesmo pra exemplar”.
Passados alguns segundos, olhei para trás, discretamente, à procura de uma voz
masculina. Mas não havia homens por perto, só mulheres. Horrorizada com o tom
de voz que eu ouvi, fiquei pensando como não seria o dia-a-dia de uma criança,
entre as quatro paredes de sua casa, com aquela mãe que, em público e furiosamente,
fez questão de anunciar a importância que dava ao ato de bater em seus filhos.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Tristemente constrangida pelo eco daquelas amargas palavras,
refletia sobre o que ouvira, percebendo a incoerência da mãe diante do que
pretendia ensinar aos filhos: “Exemplar” é dar exemplo, é ensinar através das
próprias atitudes e forma de ser. Então, aquela mãe, ao achar que estaria
ensinando bons valores ao filho, batendo-lhe, estaria ensinando-lhe gestos
brutais e grosseiros, tratamento que o filho iria acabar aprendendo e
devolvendo-lhe. “Meu filho, eu te bato para exemplar. Então, pode fazer como eu
faço; pode bater em mim e nas outras pessoas.”<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Quantos pais não se sentem tristes e frustrados com seus filhos
por não saberem se comunicar com gentileza e sem gritos? Será que tratam os
filhos da forma como gostariam de ser tratados? Ou acham que criança ainda é um
ser pequeno demais para merecer respeito? Enquanto assim pensam, a criança está
ouvindo, absorvendo e copiando absolutamente tudo, e formando a sua personalidade
e caráter.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Para os pais que, um dia, pensaram parecido com a mãe que
mencionei acima, afirmo que educar é ensinar, mostrar o caminho, orientar
limites, dialogar. E isso se faz com carinho, dedicação, atenção e paciência.
Há que se compreender as FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL para guiar as
crianças de acordo com cada fase, evitando cobrar atitudes para as quais seus
filhos ainda não estão preparados.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Queridos pais e mães, lembrem-se sempre: somos como espelhos
para os nossos filhos. Eles admiram as nossas atitudes; seguem nossos passos;
eles ‘se amarram’ naquilo que SOMOS. Queremos filhos amorosos, respeitosos,
pacientes, honestos, verdadeiros, justos, tranquilos? Sejamos para eles a
expressão do amor, do carinho, do respeito, da paciência, do cuidado, da
honestidade, da verdade, da justiça. Em outras palavras, tenhamos a competência
de dizer: “Ei, filhos, sigam-me; podem me imitar, podem fazer tudo o que faço e
vocês serão homens e mulheres de bem na vida.” Temos credibilidade para
dizer-lhes isso? Então, prossigamos sem medo de errar!<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Em suma: em vez de preparar longos discursos, sejamos exemplo!
Essa é a dica prática mais valiosa de disciplina positiva. Ao contrário do que
se pensa, não é o “não” que tem a força maior de orientar limites, mas o exemplo.
Porque o exemplo dos pais ensina exatamente, e sem deixar margens a dúvidas, o
que os filhos devem ou podem fazer. As palavras ensinam; o bom exemplo valida
as palavras, e mostra, na prática, o que convém - ou não - fazer, atraindo os
filhos para novas e boas atitudes. Além disso, o pai e a mãe são as pessoas em
quem a criança confia e, consequentemente, inspira-se durante todo o tempo; ela
copia suas atitudes, que servirão de base para sua convivência social. Em
outras palavras, os pais ocupam o lugar de espelho, onde a criança, a todo
instante, contempla-se.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<br />
<div style="margin: 3pt 0cm 0.0001pt;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Andréa Mascarenhas<o:p></o:p></span></div>
</div>
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-17778140688762362192014-12-09T17:40:00.000-08:002015-01-02T17:41:05.672-08:00VIVA A DISCIPLINA POSITIVA!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="margin-bottom: 3.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-line-height-alt: 6.45pt;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Furioso, um garoto fala à sua
mãe:<br />
- Mamãe, Ravi quebrou meu skate! Eu disse para ele não mexer!<br />
O irmãozinho grita mais enfurecido ainda e sem querer assumir a culpa:<br />
- É pra quebrar mesmo!<br />
A mãe abaixa perto do pequeno, olha dentro de seus olhinhos zangados e apenas
pergunta:<br />
- Filho, essas palavras que vc falou: “É pra quebrar mesmo!” são palavras boas?
Isso ajuda a você e a seu irmão?<br />
O pequeno respira fundo e responde:<br />
- Não, não são boas. Eu sei falar palavras ótimas. (E dirigindo-se ao seu
irmão:) Allec, vc me desculpa? Não foi porque eu quis...<br />
Allec colocou a fúria no bolso e respondeu suavemente:<br />
- Desculpo, Ravi. Vc nem quebrou. Só soltou o parafuso...<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm 0.0001pt;">
<span style="color: #141823; font-family: "Berlin Sans FB","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Helvetica;">E VIVA A DISCIPLINA POSITIVA,
porque tapas e gritos não educam. O que é educa é a boa orientação, o diálogo e
o exemplo.<o:p></o:p></span></div>
</div>
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-58041793230404062672014-11-27T17:32:00.000-08:002015-05-20T16:42:07.905-07:00FILHO NOSSO DE TODO DIA...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="margin-bottom: 3.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-line-height-alt: 6.45pt;">
<span style="color: #141823; font-family: Arial, sans-serif;">Andréa Cristina Mascarenhas Nascimento dos Santos</span></div>
<div style="margin-bottom: 3.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-line-height-alt: 6.45pt;">
<span style="color: #141823; font-family: Arial, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 3.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-line-height-alt: 6.45pt;">
<span style="color: #141823; font-family: Arial, sans-serif;">Por essa semana, não propositadamente, observei por três vezes,
mães e filhos andando e/ou atravessando ruas. Achei curioso e ao mesmo tempo
inconcebível o que via:</span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;">- O primeiro episódio deu-se com uma mãe, uma criança que
aparentava 3 anos, e um cachorrinho, que a senhora carregava pela coleira. Até
hoje eu não compreendi porque a criança andava livremente, enquanto o cãozinho
estava seguro e salvo pela coleira agarrada por sua dona. Eu só me dei conta do
fato porque ouvi o grito de uma mãe: “Menino, olha o carro. Eu não disse para
não atravessar a rua?”<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;">Confesso que eu tive vontade de gritar aquela mãe à mesma
altura, por ter um filho pequeno solto na calçada de uma rua tão movimentada.
Mas eu me contive, óbvio, e apenas disse em tom de empatia: “Quer ajuda,
senhora? Quer que eu segure a mão de seu filho até ali?” – e disse apontando a
próxima rua onde eu entraria. A mãe agradeceu, disse que não precisava, que ele
tinha que aprender, que ela já tinha ensinado, mas que o filho se esquece da
vida quando está na rua etc.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;">Não havia espaço para uma conversa ali, mas eu não pude evitar
de afirmar: “Crianças são assim mesmo. É que existem muitas coisas no mundo que
elas gostam de apreciar, então, é muito normal que elas “esqueçam da vida”. Eu
acho mais seguro segurá-las pela mão, quase como a senhora está fazendo com o
cachorrinho... Crianças nessa idade são assim, quase como esse cãozinho, não
sabem muita coisa e nem entendem os perigos da vida. Com o tempo elas vão
aprendendo, percebe?”<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;">- O segundo fato eu observei em outra rua. Era um grupo de mães
que voltavam com seus filhos de uma escola, ao final da tarde. Uma das mães
tinha ao colo um bebê com aparência de recém-nascido. Eu não percebia ao certo
quem era mãe de quem, até ouvir: “Eu te encho de pancada, seu lerdo. Você não
está vendo o carro não? Você não vê que eu estou ocupada? Por que não prestou
atenção?”<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;">Eu jurei que a voz era da mulher que tinha o bebê, e estive ponderando
como era difícil ter que andar a pé, com um bebê ao colo e tomar conta de outra
criança no meio da rua; que o fator dificuldade de lidar com a situação,
acrescido do susto, fez com que ela gritasse daquela forma. Mas, para minha
surpresa, a criança ameaçada de apanhar por atravessar a rua sem autorização
era a de uma mãe que trazia à mão uma sacola, que conversava tranquilamente com
outra mãe do grupo, que, por sua vez, não trazia nada nas mãos, nem tinha uma
criança perto de si. Eu fiquei pensando o que de tão extraordinário tinha na
sacola daquela mulher que era mais importante do que a vida de seu próprio
filho. Analisei, também, o que se passava pela cabeça da mãe ao achar que
machucar o filho com pancada era mais útil que cuidar dele até que tivesse
maturidade para andar solto ao seu lado ou sozinho; o que se passava pela
cabeça de uma mãe que queria livrar o filho da dor de um atropelamento,
jurando-lhe pancadaria, dores provocadas a propósito, dores provocadas por ela
mesma, a mãe, a pessoa em quem a criança confia, a pessoa que deveria ser para
a criança o seu abrigo, seu ponto de aconchego, seu porto seguro.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;">- O terceiro caso eu apenas ‘ouvi a cena’, mas algo me chamou
muito a atenção num grito de desespero de uma mãe: “Olha o carro, menina!”. E:
“Eu não disse que vinha carro? Por que você passou?”<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;">Analisando a fala da mãe, percebi que se referia a outra criança
andando livremente, sem ainda ter alcançado a capacidade de compreender os
perigos que a cerca, que ainda dependia da atenção e dos cuidados de um adulto
ao atravessar a rua. Além disso, e me referindo à necessidade de falar com
clareza à criança, pude observar na fala da mãe, que ela nada pediu claramente
à criança; ao aparecer um carro subitamente, a mãe não deu ordens à menina para
que permanecesse no lugar, ou para que não atravessasse a rua. Ao ouvir o “Olha
o carro!”, uma criança pequena é capaz de simplesmente olhar o carro; é capaz
também de pensar: “Eu atravesso a rua e depois eu olho o carro, cumprindo a
ordem de minha mãe.”; “Pra que a minha mãe está me mandando olhar o carro? Será
que é um carro bonito? Será que o carro vem muito rápido?”<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;"><br /></span></div>
O adulto precisa
compreender que o pensamento da criança é diferente do pensamento do adulto. Há
mecanismos imaturos; há interferências nas ações; a própria incapacidade de
compreensão dos perigos pode definir os passos posteriores, e estes podem ser
desastrosos. Por isso, muita atenção e cuidado; muita paciência com o seu
filho, todo dia, todo dia, todo dia... até que ele seja capaz de compreender
melhor o mundo a sua volta.<br />
<div style="margin: 3pt 0cm 0.0001pt;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 3pt 0cm 0.0001pt;">
<span style="color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-bidi-font-size: 7.0pt;">Andréa Mascarenhas</span></div>
</div>
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-68420353289511283322014-10-29T16:04:00.000-07:002014-10-29T17:12:53.974-07:00Educação de filhos: Erros, estradas e retornos.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;">Andréa Cristina Mascarenhas Nascimento dos Santos</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;">"E
quando eles errarem?" Eis uma pergunta que escuto bastante de mães e pais que
estão iniciando-se na Disciplina Positiva. Quero dedicar uma partícula do meu
tempo para falar um pouco sobre os erros das crianças.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;">Em
nossa sociedade, há uma concepção equivocada e improdutiva a respeito dos erros
da criança, de modo que<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a> quase sempre nos pegamos com o sentimento
de péssimos pais quando não conseguimos corrigir os erros de nossos filhos. Como
sempre, vou ilustrar o que afirmo por meio de fatos e falas. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;">Eu
estava com este texto já bem conduzido quando decidi reescrevê-lo para incluir
a fala de um amigo ao meu marido, dentro de nosso carro, ontem, enquanto transitávamos pelas ruas de Salvador, com destino a
uma clínica de olhos. Meu marido, por um pequeno vacilo ou distração, deixou de
entrar na rua que nos levaria ao nosso destino, seguindo direto na estrada. Ao
perceber que teria que pegar o retorno e que este não se encontrava tão
próximo, fez um pequeno gesto de aborrecimento consigo mesmo. Nosso amigo, que
conhecia bem o caminho, mas que se distraíra com nossa conversa, tranquilamente
afirmou: “Calma; isso não é negativo. Você apenas errou a entrada da rua. Agora
estamos passando por um lugar que você não conhecia antes; isso significa que
você está conhecendo outras imediações, e já conseguirá seguir por um caminho
diferente quando necessário. Por enquanto, é só ficar atento ao retorno. Um
erro na estrada não é tão ruim assim, pois você aprende outros caminhos.” Enquanto
percorríamos o caminho que tomamos acidentalmente, o nosso amigo foi mencionando
alguns elementos do bairro que nós desconhecíamos. E com paciência e atenção,
lembrava ao motorista de pegar o retorno logo adiante. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;">De fato, é assim mesmo que devemos ver o erro. O erro faz parte da
natureza humana. E com as crianças não é diferente. Nós, os pais, podemos
ajudar os nossos pequenos a utilizarem atitudes erradas na construção de
aprendizados diversos. Um erro, quando percebido e trabalhado, pode gerar
aprendizados sólidos e duradouros. A melhor forma de lidar com atitudes
equivocadas dos filhos, além de dialogar e compreender por que elas não são
apropriadas, é ajudar as crianças a “fazerem o retorno”, consertando o erro,
sempre que possível; isso deve ser realizado com empatia e carinho, não como
castigo. Castigo não educa; ensinar à criança a consertar o seu próprio erro,
sim. Primeiro você deve apontar a seu filho o caminho certo. Se ele errar, você
deve mostrar o retorno; se ele errar novamente, e não necessariamente nessa
ordem, você deve ir junto, fazer o percurso com ele, mostrar como se faz, como
se percorre aquele caminho. </span><span style="font-size: 12pt;">E se o erro continuar? Ensine tudo de novo; vá junto com
ele novamente, seja incansável. E caso as coisas fujam ao seu controle, não
hesite em procurar orientação e ajuda. Viver é aprender...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;">Frente ao erro das crianças, aproveito para destacar algumas
atitudes que nunca devemos ter:</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;">- Criticar a criança. Critique o erro, e não a criança. Diga-lhe
para tentar encontrar formas de resolver seus próprios erros; aponte caminhos
para os acertos e para o seu crescimento individual. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;">- Ridicularizar a criança. Ridicularizar a criança no momento das
falhas é correr o risco de podá-la, de acuá-la por medo de errar. E isso não é
ético nem saudável.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;">Enfim, caminhe com a criança e oriente os seus passos. A estrada
da vida é longa e há tempo suficiente para ensinar-lhe muitas coisas boas. Certifique-se
de que você conhece bem o caminho. Priorize o que é fundamental – o amor ao
próximo, a cooperação, a paz, a paciência, a atenção às suas próprias necessidades
e às do outro, o respeito e demais atitudes que você considera importantes para
uma boa convivência social.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;">Enquanto caminham, aproveite para falar ao seu filho dos detalhes
da estrada, tanto do caminho certo quanto do caminho equivocado; aproveite para
falar de tudo o que ele for encontrando pela frente, das coisas simples (uma
flor na estrada, por exemplo) às mais complexas (os prédios gigantescos que
atrapalham a nossa visão). Perceba: flores pelo chão não são apenas flores pelo
chão. As flores podem ensinar a delicadeza do nosso trato para com as pessoas;
podem ensinar as diferenças entre elas; flores podem ensinar sobre o “perfume
que fica na mão de quem as oferece”. Não perca oportunidade de usar elementos
simples da natureza para ensinar coisas nobres e complexas aos seus filhos.
Assim estaremos, de fato, preparando a criança para errar menos e acertar muito
mais, da infância à fase adulta. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-size: 16px;"><span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif;">Andréa Cristina Mascarenhas Nascimento dos Santos</span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-43632769582599224062014-10-03T18:42:00.001-07:002015-08-01T18:06:12.940-07:00Não é justo!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Andréa Mascarenhas</span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br />
</span><br />
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; mso-bidi-font-family: Arial;">Tenho estado um tanto reflexiva a respeito de um
tema importante na relação mãe-pai-filho; feitas algumas conclusões a respeito,
resolvi compartilhar este simples texto, mas que pode lhe ajudar a refletir em
um componente importantíssimo na vida de sua criança e na sua relação com ela:
o sentimento de dependência. <o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; mso-bidi-font-family: Arial;">Escrevi há alguns meses uma poesia que descreve a
evolução natural do homem e aponta para um ser humano, sempre e em todas as
fases da vida, dependente; mostra que, uma vez “formado” e “independente”, o
ser humano volta quase que imediatamente à “estaca zero” da dependência, na
fase adulta, exatamente no momento em que cheio da sua própria independência,
busca com seus olhos e com o seu coração alguém que lhe complete, que lhe ponha
um laço, que lhe proíba de viver só. Ora, se somos seres dependentes um do
outro, por que há uma busca tão ansiosa pela dependência da criança, uma busca
que separa o bebê de sua mãe de forma tão desastrosa? Por que deixar seu filho
em um berço sozinho, sem desfrutar de seu calor e aconchego noturno? Por que
tanta pressa pela independência?<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; mso-bidi-font-family: Arial;">Se o ser humano curtisse tanto a independência, por
qual motivo procuraria na fase adulta um cônjuge para acobertar-lhe o rosto nas
madrugadas frias (ou quentes), um amigo para lhe servir de companheiro nas
caminhadas, de conselheiro nos momentos de decisões e tristezas? Enfim, por que
o adulto pode ter o aconchego noturno, e a criança, não? Enfim, por que forçar
a independência da criança se, naturalmente, somos seres dependentes,
eternamente dependentes?<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; mso-bidi-font-family: Arial;">Parece um tanto espantoso como as pessoas custam a
perceber isso, e a sociedade, que tanto anda e evolui tecnológica e
cientificamente, a passos de tartaruga mostra a sua evolução a respeito de
qualquer assunto que se refira à criança. Percebo que a cultura da violência
infantil está ateada em todos os componentes que constituem a infância e a
maternidade. De forma disfarçada, ela começa muito antes do nascimento da
criança, e a acompanha por muitos anos.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; mso-bidi-font-family: Arial;">Conversando com uma colega de trabalho a respeito
do valor que se dá à independência precoce da criança, ela, terna e
reflexivamente, conta-me: “Essa noite fazia um friozinho tão gostoso. Eu
percebi que a cada momento, deitada com meu marido na nossa cama, eu
achegava-me a ele, buscando, cada vez mais, conforto e calor. Então olhei a
minha filha, no nosso próprio quarto, mas dormindo sozinha no bercinho, e
pensei comigo: Não é justo!”<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Então, é isso... Não é justo!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não é justo que
o adulto possa ter ao seu lado alguém que o aqueça nas noites frias, enquanto
que a criança não;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não é justo que
o adulto tenha o seu cobertor de pele, enquanto que a criança um cobertor de
tecido, que não lhe capta as sensações, desejos e necessidades noturnas;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não é justo que
só o papai fique com a mamãe à noite, enquanto que a criança, que passou 9
meses dentro dela, tenha que ser separada até de perto dela; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não é justo que
a mãe não possa sentir o compasso da respiração da criança ao dormir, e tenha
que levantar a toda hora para conferir se a criança está bem, e respirando bem;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não é justo
deixar a criança sozinha, sujeita a sentir medo e abandono;<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; mso-bidi-font-family: Arial;">Não
é justo deixar sozinho um ser que quase em seu primeiro ano de vida completo percebe-se
como uma extensão do corpo da mãe e nem sabe que é uma pessoa com corpinho
próprio e “independente”.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; mso-bidi-font-family: Arial;">Não, não é justo. O bebê com o sentimento de
dependência; e a mãe, e o papai, e a avó, e a casa inteira, e a pediatra, e a
cuidadora, e a professora da creche, e a diretora, e a creche inteira com a
pressa de acostumar o bebê desde cedo com a ausência, que muito mais provoca e
constrói a solidão, a indiferença do que a sua autonomia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E não é justo pensar que a cama compartilhada é
modismo. O bebê precisa e depende da mãe em tudo, e não há razões óbvias e
científicas para ser afastado de pertinho dela ao dormir.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; mso-bidi-font-family: Arial;">Eu não me recordo se a minha colega finalizou o seu
relato e me fez saber a sua atitude; se ela fez valer o seu sentimento naquele
momento, e, repelindo a injustiça que ousava entrar em seu quarto, mascarada
por questões puramente culturais, pegou a sua criança ao colo e dividiu o seu
calor e o do seu cônjuge com ela; mas, posso garantir que, se ela agiu como a
maioria das mamães humanas naquele momento, ela sufocou o sentimento de justiça que
clamava dentro dela. Em vão, sentimento de justiça... A cultura sempre fala
mais alto, silencia a intuição da mãe, emudece novas informações; e a maioria
das pessoas, muitas vezes, apenas prefere dizer (pra si mesma e para os
outros): “Sempre foi assim...”<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; mso-bidi-font-family: Arial;">Livros, programas de TV, ‘Supernanny/s’, mães e
sogras, vizinhas, amigos e amigas oferecem ajuda para arrancar, quanto mais
cedo melhor, o bebê dos braços, do colo, do calor de sua mãe. Temos quase todos
esses doadores de opiniões (se não mais...) a apontar um monte de coisa na
educação de nossos filhos. Desde o seio materno (“Seu leite é fraco.”), o sono
(“Coloca pra dormir em seu quarto e em seu berço pra ficar independente.”), a
carência materna (“Deixa chorando pra não acostumar mal.”), ao que seriam os
primeiros passinhos (“Coloca no andador pra aprender a andar cedo.”). A nova
mãe recebe a interferência de pessoas que oferecem a todo instante ajuda e
palpites. E entregue aos seus “ajudadores”, por estar cansada do processo que,
naturalmente, é o de gestar e parir, a mãe dá permissão para arrebatarem o bebê
dos seus braços, e inicia uma caminhada muito diferente daquela traçada pela
natureza para si e para seu bebê. <o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; mso-bidi-font-family: Arial;">É hora de trazer de volta sua criança para pertinho
de você, mamãe, proporcionando-lhe aquele calor que ela precisa para crescer
bem. Nenhum bom cobertor é capaz de tomar o lugar do corpo a corpo, do contato
materno (e paterno).<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; mso-bidi-font-family: Arial;">Não se trata de modismos; a arte do apego mãe-bebê
vem dos primórdios da história. Por que não deixarmos a maternidade seguir seu curso
natural? Por que não respeitarmos a nossa natureza mamífera e, assim como os
animais, acolher as crias com todo amor que a maternidade pode exalar?<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; mso-bidi-font-family: Arial;">E não somente a natureza mamífera. As aves trazem
para perto de si suas ninhadas, aconchegam-nas embaixo de suas asas, aquecem-nas com o
calor de seu sangue, afirmam e reafirmam o carinho, a maternidade e o amor; Cada
espécie, após determinados tempos, estipulados de forma tão perfeita pela
mãe-natureza, segue esvaziando-se de sua mamãe e abraçando seu destino. O ser
humano, que é capaz de pensar, raciocinar, tomar decisões e aprender como se
portar diante de cada situação nova, é o único que, incrivelmente, afasta de si
as suas crias.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: 2.65pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 2.65pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-weight: normal;">O amor, o carinho, o
cuidado, podem ser muito mais claramente demonstrados ao seu filho com colo,
cama compartilhada, amamentação em livre demanda e aconchego. Comprovadamente,
o contato físico violento ou a ausência de contato e atenção contribui para o
aparecimento de problemas de ordem emocional, ao passo que o contato físico
afetuoso colabora para a construção da autonomia, da conexão necessária na
relação, tanto nesses momentos como posteriormente.<br /> </span><br />
<br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="line-height: 115%;">Dormir com seu bebê, mamãe e papai, em um "quarto família", não é como muitos pensam – que
deixará a criança eternamente condicionada a só dormir com os pais. Também
não tira a privacidade do casal (a casa tem outros cômodos... Além disso, se
você é daquelas pessoas que só curtem fazer sexo na cama, em vez de ter o
quarto do bebê, tenha o “quarto do casal / do sexo”, oras!). Também não é perigoso como muitas
pessoas falam (</span><span style="text-align: left;">HÁ QUE SE OBSERVAR O CONJUNTO DE NORMAS GERAIS DE
SEGURANÇA DA CAMA COMPARTILHADA</span><span style="text-align: left;"></span><span style="line-height: 115%;">).</span></span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 115%;"> Tomados todos os cuidados, desfrute sem medo dessa sua
decisão. Dormir com seu filho, ao passo que lhe transmite segurança e amor, comunica-lhe confiança para que, a seu tempo, busque a sua própria individualidade e
autonomia.</span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="line-height: 115%;">Andréa Cristina Mascarenhas Nascimento dos Santo</span><span style="line-height: 115%;">s</span></span></div>
</div>
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-31275865370261629722014-05-13T18:29:00.000-07:002014-06-01T16:37:56.862-07:00Limites sem regras...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: right;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Andréa Mascarenhas</span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Tenho
refletido sobre o conceito de limites e em escrever de forma </span><span style="line-height: 115%;"> </span><span style="line-height: 115%;">descomplicada sobre o tema, a fim de apontar
dicas práticas de como os limites, tão necessários em nossa convivência, podem
ser cultivados passo a passo na infância; e, principalmente, com a intenção de
provocar uma reflexão a respeito da equivocada relação que muitas pessoas fazem
entre punição e limites.</span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Muitos
pais e mães, ainda que tão afetuosos, temem que seus filhos fiquem “malcriados”
e, assim, deixam de dar-lhes acolhimento, em situações de conflito; evitam
qualquer conexão amorosa com eles, por medo de estarem oferecendo excesso de
afeto, de contato físico e de interação. Na "hora de dar limites” abrem a carranca,
fecham os braços, negam contato. </span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Qual
seria a “hora de dar limites”, na concepção de muitos pais? A hora da
repreensão? Seria a hora do ‘não’? A hora de apontar alguma necessária
consequência? </span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Já
direi aonde quero chegar...</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Há
pais que separam a relação com os filhos em dois grandes momentos: Momento da
interação amorosa x Momento do limite.</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Pode
ser que o caro leitor, certamente um pai ou uma mãe, esteja se perguntando se,
de fato, não há esses dois grandes momentos. </span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Convido-o
a pensar no conceito e no significado do termo ‘limite’, essa ‘coisa’ tão
ansiosamente tentada pelos pais e tão aclamada pela sociedade (“Essa juventude
de hoje precisa de limites”; “Esses meninos de hoje não tiveram limites”...).
Pensando em significados cabíveis ao termo ‘limites’, destaco “linha de
demarcação; extremo, fim; ponto que não se deve ultrapassar.” </span><span style="line-height: 115%;">Utilizando-me
deles, questiono: Por que limites seriam estabelecidos </span><span style="line-height: 115%;">como</span><span style="line-height: 115%;"> punições? Parece-me
que a punição seria algo exatamente contrário a limite, já que punir não </span><span style="line-height: 115%;">implica</span><span style="line-height: 115%;"> em orientação
à “linha”, ao “ponto”; não ensina a empatia, não ensina o respeito e não ensina
a resolver problemas.<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Quero</span><span style="line-height: 115%;"> mencionar um fato que ocorreu ao meu bebê,
quando tinha apenas 11 meses de idade. </span><span style="line-height: 115%;">Peço</span><span style="line-height: 115%;"> que não interpretem o exemplo como se um
bebê com menos de 1 aninho fosse capaz de compreender limites. Percebam como um
exemplo de perseverança, atenção, cuidado e empatia, elementos necessários </span><span style="line-height: 115%;">à</span><span style="line-height: 115%;"> compreensão dos
limites.<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Quando, ainda em seus
primeiros passinhos, meu pequeno jogava-se pelo chão à procura de espaços a
explorar, ele se apaixonou por uma gaveta de seu guarda-roupa. Eu retirei dela
qualquer coisa que pudesse machucá-lo e deixei apenas </span><span style="line-height: 115%;">alguns</span><span style="line-height: 115%;">
brinquedos e umas fraldas descartáveis que ele adorava mexer.<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Mas</span><span style="line-height: 115%;"> meu pequeno menino não gostava apenas de
mexer no conteúdo da gaveta, ele (assim como todos os bebês), adorava abrir e
fechar </span><span style="line-height: 115%;">gavetas</span><span style="line-height: 115%;">.
Então acabava por prender os dedinhos </span><span style="line-height: 115%;">quando</span><span style="line-height: 115%;">, feliz da vida, ia fechar essa gaveta. Eu
ficava com enorme sentimento de culpa, acariciava seus dedinhos e ficava ali, para
impedi-lo de se machucar de novo. </span><span style="line-height: 115%;">Para</span><span style="line-height: 115%;"> não precisar ficar vigiando-o de tão perto,
acabei por colocar uma almofada no canto esquerdo da gaveta e, assim, quando </span><span style="line-height: 115%;">ele</span><span style="line-height: 115%;"> ia fechá-la, não se
machucava, </span><span style="line-height: 115%;">pois</span><span style="line-height: 115%;"> a
almofada impedia que a gaveta se fechasse por completo...<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Não duvido que alguém ao ler
este episódio esteja me </span><span style="line-height: 115%;">intitulando</span><span style="line-height: 115%;"> de
‘mãe superpr<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>otetora’. Talvez as mesmas mães que, na ânsia
de impor limites e querendo criar o filho da forma mais correta possível,
deixariam o bebê bater os dedinhos por várias e várias vezes “até </span><span style="line-height: 115%;">ele </span><span style="line-height: 115%;">aprender que não se
mexe em gavetas...” Porém quero dizer-lhe que uma criança não precisa passar pela dor para aprender limites. Mas esse é assunto para outro
texto</span><span style="line-height: 115%;">.</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></span></b><br />
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Passados alguns dias, eu </span><span style="line-height: 115%;">me </span><span style="line-height: 115%;">esqueci de colocar a
almofadinha milagrosa e... vocês já podem imaginar o que aconteceu, não é? Ele
prendeu novamente os dedinhos</span><span style="line-height: 115%;">
e</span><span style="line-height: 115%;">
se machucou mais ainda, devido às minhas atitudes de “superproteção”
anteriores?<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Em aproximadamente 40 vezes
que contei esse exemplo, em </span><span style="line-height: 115%;">palestras</span><span style="line-height: 115%;">
sobre educação não violenta, 99% das mães responderam morrendo de dó: “Oh...
Prendeu os dedinhos novamente...” Porém quero te contar que não. O meu pequeno
não machucou os dedinhos, sabe por quê? Por que eu usei de uma estratégia de proteção
que também estava orientando-o a compreender seus limites e, magicamente, eu o
ensinei até aonde poderia ir a sua mãozinha, pois a gaveta, a partir desse dia,
ainda que não houvesse </span><span style="line-height: 115%;">almofada</span><span style="line-height: 115%;">, só
era fechada até aonde ia quando estava com ela. <o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Voltando ao conceito de
limites, podemos ver no exemplo a </span><span style="line-height: 115%;">“linha
de demarcação, o extremo, o fim, o ponto que não se deve ultrapassar”</span><span style="line-height: 115%;">?
Sentimos falta de alguma coisa </span><span style="line-height: 115%;">negativo-</span><span style="line-height: 115%;">punitiva
nessa “demarcação”? Que elementos estiveram presentes </span><span style="line-height: 115%;">nesse</span><span style="line-height: 115%;">
exemplo? Podemos notar “limites” estabelecidos </span><span style="line-height: 115%;">pela </span><span style="line-height: 115%;">presença, empatia,
carinho, proteção, acolhimento?<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Eu apenas permiti ao meu
filho aprender da forma oportuna, como uma criança tão nova pode “aprender”;
pois nunca um bebê de 11 meses seria capaz de compreender palavras como: “Na
hora de fechar a gaveta, observe o limite para não machucar as mãos”, ou: “Não
mexe nessa gaveta que ela </span><span style="line-height: 115%;">pode
</span><span style="line-height: 115%;">te
machucar, menino!”.<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Não estou dizendo com isso
que algo negativo</span><span style="line-height: 115%;"> jamais</span><span style="line-height: 115%;">
deva acontecer na caminhada em direção aos limites. Há que se compreender as
fases por que passam as crianças e adotar práticas que as levem à construção de
seus próprios limites, orientando-as de acordo </span><span style="line-height: 115%;">com a</span><span style="line-height: 115%;"> capacidade de compreensão de cada uma.
Algumas vezes, vamos precisa usar o ‘não’, obviamente. Mas este não precisa ser
acompanhado da negação do afeto, do isolamento etc. Muitas vezes, o ‘não’ é
muito bem dado através de um ‘sim’. Vamos refletir mais um pouquinho e
compreenderemos...<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">É só pensarmos em como
proporcionar a uma criança a construção de limites de forma tranquila e
amorosa. Utilizando-me de um exemplo prático, quando você obriga uma criança a
arrumar seus brinquedos e ela cata tudo, ainda que </span><span style="line-height: 115%;">se acabando</span><span style="line-height: 115%;"> em
choro, porque naquele momento queria estar fazendo outra coisa, você está
ajudando-a a estabelecer limites? <o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Eu diria que, além de não
acreditar que uma ação forçada possa conduzir a aprendizados reais, você está
perdendo uma grande oportunidade de ajudá-la a construir limites mais amplos,
mais claros, melhor definidos e, ainda, sem estresse para ambos/as. Por que
para aprender noções de organização seria necessário pressionar um filho a
fazer algo para o qual, no momento, não está tendo disposição? Seria por querer
“ensiná-lo para a vida”, já que, na fase adulta, ele vai precisar fazer algumas
coisas mesmo sem vontade? Seria para não “virar preguiçoso”? E se nós
listássemos quantas vezes deixamos de fazer algo porque, </span><span style="line-height: 115%;">mesmo</span><span style="line-height: 115%;">
sabendo da necessidade de executá-lo, estávamos </span><span style="line-height: 115%;">indispostos?</span><span style="line-height: 115%;"> Podemos refletir, ainda,
como nos sentiríamos se alguém nos obrigasse a fazê-lo? Será que tendo</span><span style="line-height: 115%;"> aprendido</span><span style="line-height: 115%;">, na
infância, o conceito de organização, por exemplo, não correríamos o “risco” de </span><span style="line-height: 115%;">cometer</span><span style="line-height: 115%;">
falhas?<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">E que grande oportunidade
você estaria perdendo ao obrigar a criança a apanhar seus brinquedos </span><span style="line-height: 115%;">sem vontade</span><span style="line-height: 115%;">?
Simples. Se você, em vez de puni-la, obrigando-a a pegar os brinquedos,
recolhesse estes junto com ela, poderia estar ensinando-</span><span style="line-height: 115%;">lhe</span><span style="line-height: 115%;"> lições de
solidariedade e de respeito - e não apenas de organização. É o que acontece
quando não separamos o momento da interação amorosa do momento de criar
limites. Proporcionamos um aprendizado bem mais amplo. Em outras palavras,
quando eu apontei a solidariedade como um valor possível de ser praticado e
apreendido nesse contexto, eu me </span><span style="line-height: 115%;">referia</span><span style="line-height: 115%;"> ao fato de que o seu filho, ao vê-la
ajudando-o, entenderia que é muito bom ajudar o outro em suas necessidades. Ao
citar o respeito, foi pensando que ele, enquanto foi respeitado na sua
indisposição de pegar os brinquedos naquela hora, pode estar apreendendo um
lindo e necessário valor chamado respeito, ao compreender que não é bom obrigar
o outro a fazer algo contra a própria vontade. Isso só é cabível quando </span><span style="line-height: 115%;">se trata de</span><span style="line-height: 115%;">
algo inevitável</span><span style="line-height: 115%;">
ou</span><span style="line-height: 115%;">
quando envolve a segurança de alguém, por exemplo.<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Sempre que
posso, eu ajudo meus filhos a recolherem os seus brinquedos e a limparem o chão
quando derramam algo, por acidente. Evito as broncas: “Presta atenção! Viu o
que você fez?” Acho mais educativo, falar respeitosamente: “O que houve? Como
podemos fazer para evitar que isso aconteça de novo? Não tem problema, eu te
ajudo a limpar!”</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Certa vez, ‘do
nada’, quem derrubou algo fui eu! Fiquei visivelmente</span><span style="line-height: 115%;"> nervosa.</span><span style="line-height: 115%;"> E o pequeno (na época, com apenas 2 aninhos e meio):</span><span style="line-height: 115%;"> -</span><span style="line-height: 115%;">
“Calma, minha mãe! Eu te ajudo a pegar!” – E recolheu muito mais do que eu...</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b>Então, caro leitor, você
consegue perceber a presença de limites no exemplo dado? Consegue compreender
que “dar limites” não tem, necessariamente, relação com algo negativo? Pode
perceber que um não pode ser dado tranquilamente através de um ‘sim’? Quando eu
digo “Sim, eu lhe ajudo a recolher os brinquedos.”, estou lhe ensinando a não fazer descaso das pessoas em
suas necessidades, não é? Quando eu digo “Sim, você pode apanhar os brinquedos
assim que estiver com mais disposição.”, eu estou dizendo ‘não’ ao desrespeito,
à falta de sensibilidade, confere? Então, quando eu ensino respeito e
solidariedade eu estou apontando limites, certo? Enfim, se fôssemos analisar
mais a fundo o exemplo citado acima, certamente encontraríamos outras grandes
oportunidades de aprendizado.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b>Retomando a nossa reflexão,
podemos compreender que ajudar a criança a estabelecer seus limites é algo
muito mais amplo? Podemos perceber que não há um momento específico para a
construção de limites?<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Escrevi, dia desses, uma
experiência vivenciada com meus filhos, mais precisamente com o de 4 anos,
quando </span><span style="line-height: 115%;">valendo</span><span style="line-height: 115%;">-se
da força de uma </span><span style="line-height: 115%;">“</span><span style="line-height: 115%;">torcida”,
consegue tomar os remédios mais amargos, se necessário, e ainda ajuda o irmão a
conseguir também.<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b>Então, estaria pensando que
nada tem a ver com limites?<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">E se considerarmos a lição
de solidariedade implícita no fato? A criança aprende a torcer pelos outros,
aprende a se colocar no lugar do outro, a não desprezar os sentimentos do
outro, a não rir da tristeza do outro, isso também não </span><span style="line-height: 115%;">significa</span><span style="line-height: 115%;">
aprender limites? Podemos perceber, ainda, que mais importante que ensinar à
criança a obediência e a responsabilidade, é ensinar-lhe, </span><span style="line-height: 115%;">pelo</span><span style="line-height: 115%;">
exemplo, lições de cooperação, solidariedade e respeito, com perseverança,
empatia e afeto... Isso é </span><span style="line-height: 115%;">ensinar-lhe</span><span style="line-height: 115%;"> limites.</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">E não há
“linhas demarcadas” e “fim de linha” na construção de estratégias para formar
os limites. Não há o “momento do limite”; há a interação</span><span style="line-height: 115%;"> constante</span><span style="line-height: 115%;">, as oportunidades que nós, adultos, precisamos aproveitar.
Aliás, não há limites e nem regras para ensinar limites...</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 115%;"><b>Andréa Cristina Mascarenhas Nascimento dos Santos</b></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-40747779787315168492014-03-18T11:00:00.003-07:002014-07-01T16:33:56.232-07:00A VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES – POR QUE É TÃO DIFÍCIL QUEBRAR A CORRENTE?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 120%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 120%;">Andréa Mascarenhas</span></div>
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 120%;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 120%;">A violência contra crianças e adolescentes, no Brasil, atualmente
está sendo pauta de jornais, revistas e programas de TV. Tornaram-se rotineiras
as notícias de tragédias envolvendo crianças, dentro de sua própria família, principalmente
quando a vítima é violentada gravemente. Porém as cenas deprimentes de crianças
altamente feridas, estraçalhadas e mortas não são suficientes para levar a
população a repensar suas atitudes em relação à prática das punições físicas.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.15pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.15pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">Fala-se muito em defesa à criança e ao adolescente. Nos
estados e municípios brasileiros, há órgãos e redes de proteção. Mas por que
continua subindo assustadoramente o número de crianças agredidas a cada dia? Há
quem reclame que é devido à falta de preparo dos órgãos competentes para
atuação na causa; há quem diga que é descaso do estado, dos governantes de modo
geral. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.15pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.15pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">Sem dúvida, os episódios que assistimos diariamente
mostram-nos profissionais despreparados, sem saber agir diante de casos de
omissão, de negligência e de vitimização infantil. Todavia, a culpa não está
apenas no despreparo dos órgãos competentes. O problema é que quadros de
violência grave são quase sempre precedidos de situações de violência aceitas
pela sociedade, porque acontecem disfarçadas de educação e correção, uma forma
de educação que encobre seu caráter violador. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.15pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.15pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">Por que a sociedade aceita? Porque acha normal; porque “foi
assim que eu fui criado”; porque “criança tem que apanhar pra aprender”; porque
“apanhei e estou vivo.” etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.15pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.15pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">É preciso que a sociedade pare de aceitar como normais episódios
de crianças sendo agredidas pelos seus pais, com a justificativa de que eles estão
educando. As tristes cenas que observamos quase todos os dias através de meios
de comunicação, quando não na nossa própria vizinhança, são cruéis o suficiente
para levaram milhões de pessoas à reflexão. Precisamos parar de culpar apenas
os órgãos de defesa à criança, precisamos parar de fingir que não vemos. O
ciclo precisa ser quebrado, e isso só ocorrerá quando cada pessoa se colocar no
lugar do menino e da menina que sofre. Não podemos continuar perdendo crianças
para essa prática, ela não pode ser mais forte que nós. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.15pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.15pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">Segundo a Constituição, é de responsabilidade de todo
cidadão a proteção à criança. O</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 120%;"> </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 120%;">Estatuto da Criança e do Adolescente </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">também estabelece como dever
de todos a prevenção de ocorrências de </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 120%;">violação dos
direitos da criança e do adolescente,</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 120%;"> assegura-lhes proteção integral, </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">com absoluta prioridade; garante-lhes o direito à vida, à
dignidade e ao respeito, e o direito de serem colocados a salvo de toda forma
de negligência. Portanto, somos todos</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;"> corresponsáveis com a
segurança das crianças e adolescentes, razão pela qual devemos denunciar casos
de violência a estes seres, não importando quem seja seu agente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.15pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.15pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">A sociedade precisa saber que a criança é um ser
indefeso; que ao ouvir o seu choro – e muitas vezes até o barulho de pancadas
dirigidas a ela – a denúncia e a acusação aos seus pais não se trata de um
gesto rude e absurdo. Rude e absurdo é ignorar o choro, a dor, os pedidos de
socorro de seres inocentes e indefesos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.15pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">As dinâmicas do processo e do ciclo de violência contra
crianças e adolescentes podem ser percebidas diariamente numa mãe que ontem deu
uma palmada em seu filho, que hoje usa um objeto considerado ‘leve’ para
bater-lhe, e amanhã, certamente, usará do cinto, da vara e do pedaço de pau. Esse
processo pode ser demonstrado da seguinte forma:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.15pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.15pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLi1ozvcj_SHiBmMCm117Y86Cv7t8w1tb42rZbegTLwuYcHh-LFFo_DqilqRunolWuAzN32tzbqdmESj8aO19D0UDAgHUPx_5uGnTXsgM9OwLCNcdZMBLyt120f1QlY2J3vjCSpPq0kxc/s1600/000.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLi1ozvcj_SHiBmMCm117Y86Cv7t8w1tb42rZbegTLwuYcHh-LFFo_DqilqRunolWuAzN32tzbqdmESj8aO19D0UDAgHUPx_5uGnTXsgM9OwLCNcdZMBLyt120f1QlY2J3vjCSpPq0kxc/s1600/000.png" height="222" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 120%;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 120%;">Há uma expectativa dos pais em relação ao comportamento
dos filhos.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">Muitos pais e mães sonham com filhos obedientes,
comportados e educados. E, muitas vezes, colocam expectativas neles que, na
verdade, deveriam ser suas. Eles deveriam criar expectativas a respeito deles
mesmos: Que pai e mãe eu devo ser para meu filho? O que devo fazer para educar
melhor o meu filho? Como eu devo ser para que meu filho, espelhando-se em mim,
não corra o risco de absorver qualquer postura desagradável? Porém, o que
percebemos é muito controverso. Pais querem filhos educados, mas não usam de
educação com eles; pais desejam ter filhos calmos, no entanto gritam com eles;
querem filhos atenciosos e gentis, todavia os tratam com arrogância e
intolerância. Como dessa forma é difícil terem o modelo de filhos que
desenharam, não conseguindo o retorno de que querem a respeito de valores pré-estabelecidos,
falta-lhes paciência e tolerância pra ensinar-lhes até que aprendam. E usam de
meios como castigos, pancadas e outras formas de humilhação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin-left: 14.2pt; mso-add-space: auto; tab-stops: 4.0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Os
filhos não conseguem atender às expectativas dos pais.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">O compromisso da criança é com o brinquedo. A
responsabilidade, a compreensão das coisas e valores é fruto do aprendizado
diário e, principalmente, do exemplo dos pais. A criança não aprende de forma
igual e nem em tempos iguais. Cada criança é um ser único e dotado de
habilidades e comportamentos diferentes. Cabe aos pais orientá-la, esperando
dela apenas o que pode corresponder. Conhecer as fases do desenvolvimento da
criança e cobrar-lhe posturas que ela tem condições de corresponder é algo que
traz grandes benefícios à relação. Todos saem ganhando. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 14.2pt; tab-stops: 4.0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Os pais acham que estão
fracassando e aplicam punição “leve” no filho.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">Ao passo que se vestem de “autoridade”, os pais não aceitam ser contrariados em suas ordens, passam a punir a criança, a fim de conseguirem a
postura que julgam importante para ela. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">Há uma renovação das expectativas dos pais.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">Castigada, uma criança pode até retribuir, em curto
prazo, o comportamento que o pai lhe impõe. Isso não significa que houve o
aprendizado e que ela, enfim, aprendeu o comportamento. O pai renova as suas
expectativas, faz-lhe novas exigências.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">O ciclo recomeça. Há uma expectativa dos pais em relação
ao comportamento dos filhos. O</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">s filhos não
conseguem atender às novas expectativas dos pais. Os pais acham que estão
fracassando e aplicam punição mais forte nos filhos... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">A criança ou o adolescente pode até corresponder mais uma
vez, porém o fará por receio de receber um novo castigo e, tão logo o medo o/a
deixe, vem novo comportamento ‘inadequado’. E vem uma punição mais forte, mais
dolorosa, mais cruel, até chegar àquelas que vemos, diariamente, nos jornais,
que a cada dia nos assustam, mas continuam nos deixando passivos, inertes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">E a sociedade segue afirmando: “Sempre foi assim.” “Criança
tem que apanhar pra aprender.” “Cada pai e mãe sabe o que é melhor para seu
filho.” “Foi assim que eu fui criado.” “Apanhei e estou vivo.” “O estado não
deve ‘se meter’.” etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">E o ciclo da violência continua. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%;">Quando a sociedade vai sair do estado de passividade e de
inércia? Quando cada pessoa tiver uma criança morta na vizinhança? Quando vir
um pai ou uma mãe que hoje dá em seu filho uma surra de cinto e vara, amanhã
lhe dando pauladas, jogando-lhe pela janela de um prédio ou lhe queimando o
corpo? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: 120%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 14.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">O rol de vícios alimenta a
divulgação de notícias cada vez mais desprovidas de compromisso com a mudança da
realidade social. Assiste-se a noticiários, percebem-se os danos, culpa-se aos
órgãos competentes, clama-se, protesta-se, mas no dia seguinte cenas voltam a
ser ignoradas e vistas como normais. E a mesma sociedade que gritou no protesto
continua afirmando que cada mãe e cada pai sabe o que é melhor para seu filho.</span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 120%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">Andréa Cristina Mascarenhas Nascimento dos Santos</span></div>
</div>
</div>
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-75324419024603970832014-02-04T16:06:00.001-08:002014-02-04T16:47:51.644-08:00COMO FALAR SOBRE A VERDADE / A MENTIRA, DE FORMA DESCOMPLICADA: UMA REFLEXÃO AOS PAIS E EDUCADORES<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Andréa Mascarenhas</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">AO FINAL, DICA DE HISTORINHA que contei para ensinar o
valor VERDADE aos filhotes. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pode ser usada por pais e educadores, de modo
geral, com crianças a partir de 6 anos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Na educação de nossas crianças, muitos temas não são
simples de serem abordados. Alguns por serem delicados; outros por parecerem
complexos demais... Mas, que tal abordá-los de uma forma descomplicada e
natural como o é o desenvolvimento infantil?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Um desses temas que, muitas vezes,
deixam os pais “de cabelos em pé”, é a mentira. Muitos pais ficam ansiosos e
perdidos no momento de lidarem com as mentiras contadas pelos seus filhos.
Escrevi algo sobre, no momento em que refletia e procurava oferecer dicas a
outras mães.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Antes, gostaria de ressaltar que a “mentira” vai sempre
estar presente em alguma fase da criança, faz parte de seu desenvolvimento
natural... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Vamos conversando... É importante observar alguns pontos:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin-left: 14.2pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -14.2pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: Arial;">1.<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Trate
como se desconhecesse a palavra ‘mentira’. Não a use quando o seu filho
apresentar tal comportamento. Nada de rotular a criança como mentirosa (na
maioria das vezes, quando a fase chega, a criança nem sabe o nome dessa coisa
ainda). Ela “mente” porque é natural fantasiar... A fase pode durar um bom
tempo. É a pura expressão de criatividade ou de sentimentos escondidos e que a
criança ainda não consegue expor de outra forma.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 14.2pt; mso-add-space: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 14.2pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -14.2pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: Arial;">2.<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Aos
pais de crianças pequenas, digo apenas: “Relaxa!”. Crianças pequenas nem sabem
separar as fantasias da realidade. Elas contam histórias e relatam casos como
se eles tivessem acontecido, de fato; misturam também os sonhos aos fatos
reais... (No máximo, eu brincava com suas histórias e invenções: “Hm... Acho
que você sonhou isso, não?” ou: ”Que legal essa história que você está
contando... Você inventou isso tudo? :o ” )<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 14.2pt; mso-add-space: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 14.2pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -14.2pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: Arial;">3.<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Até
aproximadamente 7 anos, o mundo lindo da fantasia vai fazer parte da vida da
criança. Nada de alarde! Porém, como pais, claro que nos preocupamos. Afinal, a
verdade é um valor de importância indiscutível. Uma pessoa que aprende a falar
a verdade aprende também outros valores, a exemplo da honestidade, da justiça
(é impossível ser honesto sem ser verdadeiro ou vice-versa). Se a “mentira”
contada for algo desagradável, de posse da “verdade”, você pode ir dizendo:
“Oh! O que podemos fazer para que essa história seja diferente?”; “Você contou
uma parte da história... E aquela outra parte em que acontecem tais e tais
coisas? Vamos falar do jeitinho que aconteceu?”; “Acho que você se atrapalhou
um pouquinho. Quer contar de novo? Eu te ajudo!” (E assim, os pais podem ir
levando a criança em direção às “verdades”, dando a “outra versão” da história
e dos fatos). E, em vez de falar da mentira, os pais começam a ensinar a
verdade: “Olha, quando falamos alguma coisa do jeitinho que ela aconteceu chamamos
isso de verdade; falar a verdade, falar as coisas do jeito que elas aconteceram
é muito bom, porque assim a gente entende melhor as coisas...”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 14.2pt; mso-add-space: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 14.2pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -14.2pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: Arial;">4.<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Evite
demonstrar preocupação, tristeza ou decepção com a criança ao se deparar com
casos de “mentira”. Isso pode gerar sentimentos de culpa, uma culpa que a
criança ainda não tem maturidade para entender e assumir, uma culpa que não é
da criança, de fato.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 14.2pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -14.2pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: Arial;">5.<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Após
os seis anos, os pais podem ir ensinando à criança sobre a verdade (se ela já tem
contato com a verdade SEMPRE, através DO EXEMPLO dos pais e cuidadores, tudo
pode ser muito simples...). Acho seis anos uma fase boa pra começar a abrir o
jogo sobre determinados valores... Não que após essa fase não seja permitido
que a criança “minta”, ainda. Normal que aconteça. Esteja atento/a à frequência
com que acontecem os casos de mentira e o porquê de a criança estar usando a
mentira. Converse sempre com ela sobre a importância de falar a verdade...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 14.2pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -14.2pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: Arial;">6.<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O
problema começa a aparecer quando a ‘mentirinha’ acaba gerando situações
desconfortáveis ou desagradáveis para as pessoas. Os pais precisam estar
atentos e b<span class="apple-converted-space">uscarem o que está atrás da
mentira. Aja na CAUSA. Seu filho mentiu para agradar</span> alguém? Ensine-o
que nem sempre precisamos agradar as pessoas, que elas também precisam aprender
a respeitar os nossos gostos e decisões... Seu filho mentiu para evitar alguma situação
que ele não se agrada? Ensine-o a se sair de outra forma; ensine-o a expor a
sua própria opinião sem medo; mostre-lhe as várias alternativas à mentira...<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"> </span>Dialogue, dialogue, dialogue... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 14.2pt; mso-add-space: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-left: 14.2pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -14.2pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: Arial;">7.<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Enfim,
se a criança mente por medo, é VOCÊ quem precisa mudar. Não tenha receio de
refletir sobre a sua postura. Será que você não aboliu as palmadas, mas ainda
usa de um tom grosseiro, ameaçador que faz seu filho estremecer por dentro,
mesmo sabendo que não vai apanhar? Será que mesmo sem palmadas, você não está
lançando aquele olhar assustador e humilhante que talha em segundos o
coraçãozinho de seu filho? Será que o castigo que você ainda defende não ensina
a seu filho mentiras muito piores do que a que ele contou? Como é a expressão
do seu rosto quando, por exemplo, um copo cai das mãos de seu filho e quebra em
mil pedacinhos no chão? E o que você lhe diz quando descobre que ele quebrou o
brinquedo novo, aquele que custou mais caro do que o seu armário de cozinha? Reflita,
reflita, reflita...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-left: 14.2pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -14.2pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Bem, vamos à historinha?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ela é BEM antiga; eu a ouvi há décadas. Procurei-a na
internet, com o propósito de contar para meu primeiro filho quando ele fez uns
7 anos. Fiz várias adaptações (perdoe-me o autor), só tentei aproximar a
linguagem da história do universo das crianças, tornando-a mais animada e
atraente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Esta é a original: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><a href="http://sitededicas.ne10.uol.com.br/garoto_pastor.htm">http://sitededicas.ne10.uol.com.br/garoto_pastor.htm</a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(Excelente contribuição de Esopo nesse texto, mas não
recomendo ler o original, porque vem acompanhado do termo/rótulo ‘mentiroso’; portanto,
torna-se inconveniente para a criança; pode gerar medo, em vez de conduzi-la à
reflexão...)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Fiz algumas adaptações:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O Pastor e o Lobo</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Era uma vez um pastorzinho, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">bem engraçadinho, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">que andava a cuidar de suas ovelhas <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">lááááááááá em cima de um morro... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Mas ele muito, muito gostava<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">de brincar com as coisas que falava. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">E também gostava <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">de dizer coisas que não estavam acontecendo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Ele inventava, inventava... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">E adoraaaaaaaaava <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">enganar todo o mundo...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Um dia, o pastorzinho desceu o morro <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">e gritou com voz de aflição: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">- Socooooooorro! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O lobo está atacando as minhas ovelhas!... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Olhem o lobo! Ele está atacando as minhas ovelhas!...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Dez vizinhos, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">que eram seus amiguinhos, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">subiram o morro correndo, correndo, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">para ajudar o pastorzinho <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">com seus animaizinhos, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">para não deixar o lobo <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">atacar os bichinhos...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Chegaram ao lugar, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">nem sinal de lobo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">E lá no morro, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">ninguém mais pedia socorro... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Só encontraram o pastorzinho <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">rindo, rindo sem parar...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">No outro dia, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">o pastorzinho repetia <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">e gritava novamente, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">e a cena se repetia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Só que algumas pessoas, muito espertas, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">não foram mais lá. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Só cinco vizinhos <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">subiram o morro <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">para ajudar o pastorzinho...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">No outro dia, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">assim que o Sol nasceu, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">ele repetiu pela terceira vez a mesma coisa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">E novamente, gritou:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">- O lobo está atacando as minhas ovelhas!... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Olhem o lobo! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Ele está atacando as minhas ovelhas!...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Um vizinho, coitado, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">levantou da cama descabelado, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">e muito preocupado, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">subiu aquele morro, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">ainda com seu gorro... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">E de noooooovo <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">não tinha lobo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Nunca, nunca tinha lobo algum. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">E sempre, sempre <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">o pastorzinho só fazia rir <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">e rir bem alto, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">achando bobas as pessoas <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">que acreditavam nele...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Um dia o pastorzinho <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">desceu de novo aquele alto morro <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">gritando e gritando:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">- Socoooooorrro! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Olhem o lobo… <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Olhem o lobo… <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Olhem o lobo!... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Ele está atacando as minhas ovelhas!...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Desta vez, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">ele falava sério, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">beeeeeeem sério! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Ele não sorria, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">só se escondia, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">com medo daquele bicho grandão, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">forte e mauzão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Mas ninguém deu importância... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Todos os vizinhos, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">até seus amiguinhos, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">acharam que não tinha lobo algum <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">e que aquele pastorzinho <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">só queria rir, rir <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">e depois fugir <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">de todos eles de novo...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">E essa história termina assim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Eu nunca fiquei sabendo o fim; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">só sei que as ovelhinhas, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">pobrezinhas, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">tiveram que correr, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">correeeeeeeeer pelo morro, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">fugindo daquele lobo <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">grandão, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">forte e mauzão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Fiquei sabendo também <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">que nunca mais <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">o jovem pastorzinho <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">inventou coisas que não existiam. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Dizem que ele foi até seus vizinhos <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">e pediu desculpas direitinho, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 7.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">prometendo que nunca mais <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">ia fazer ninguém de bobinho...</span></div>
</div>
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-88505752834937930692013-07-10T17:17:00.000-07:002013-07-10T18:07:54.870-07:00É o que os pais fazem quando a palmada pára de 'funcionar'...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
http://g1.globo.com/fantastico/quadros/sos-infancia/noticia/2013/06/quinze-criancas-sao-vitimas-de-violencia-cada-hora-no-brasil.html<br />
<br /></div>
Quinze crianças são vítimas de violência a cada hora no Brasil! Esse número pode ser ainda maior, considerando a ocorrência de agressões não denunciadas!<br />
<br />
O Fantástico do dia 23.06.13, numa reportagem especial, exibe histórias tocantes de vítimas de abusos, e a precariedade dos órgãos de defesa das crianças.<br />
<br />
Analisando alguns momentos do vídeo acima, observamos que a fala dos pais AGRESSORES é sempre a mesma: “Eu bati nele porque é meu filho; eu tenho o direito de bater. Bato para corrigir.”<br />
<br />
Ouvindo a fala dos filhos vitimados pelos próprios pais, percebemos que as crianças sentem-se AGREDIDAS e NÃO corrigidas quando apanham:<br />
<br />
“Se meu pai maltrata o próprio filho que sou eu, ele tem a coragem de maltratar a qualquer um. Ele tem prazer em me agredir...”<br />
<br />
Alguns depoimentos mostram-nos uma triste e cruel realidade:<br />
“Ela me maltratava muito. Cheguei a ficar em coma. Ao completar 9 anos, contei tudo ao meu pai, que nada fez. A minha mãe castigou-me ainda mais, cortando a minha língua com uma tesoura. Foi ABSORVIDA POR FALTA DE PROVAS, pois, sendo ENTREVISTADO NA FRENTE DELA, eu não consegui falar.”<br />
<br />
A realidade: Incapacidade do estado de lidar com a problemática. Despreparo visível dos responsáveis pela defesa da criança brasileira.<br />
<br />
As crianças, quando choram e gritam ao apanhar, não o fazem APENAS pela dor, mas, muitas vezes, estão a pedir SOCORRO:<br />
“Eu grito sim, mas só que... eu não sei porque não chamam a polícia...”<br />
<br />
Essa é outra dura realidade; não é difícil tirar conclusões: A sociedade, de modo geral, é conivente. Vizinhos e amigos preferem silenciar. O SILÊNCIO FORTALECE O AGRESSOR E ABATE A VÍTIMA.<br />
<br />
Tapas, chineladas e surras são manifestações de violência, não importa ‘de quem para quem’. Correção é OUTRA COISA!</div>
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-26182232897314509752013-03-15T23:13:00.000-07:002013-03-15T23:57:25.199-07:00Pés no chão<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><br />
</div>Andréa Mascarenhas<br />
<br />
<br />
Resolvemos voltar andando, pés no chão, coisa que não fazíamos há muito tempo...<br />
<br />
Vida corrida tem a ver com carro, velocidade, máquinas, andar apressadamente, condicionados, automatizados... Desconfio que a vida corrida não combina muito com felicidade, amor e paz...<br />
Felicidade combina com andar devagar, desfrutar da presença do outro, observar cada coisa, cada detalhe com que a vida nos presenteia. <br />
<br />
E resolvemos voltar da escola andando, coisa que não fazíamos há muito tempo...<br />
<br />
Naquele momento, que para nós era único, ele fez apenas três coisas feias, deselegantes, fora da ética e dos padrões de uma boa educação.<br />
<br />
A primeira foi que resolveu, com o dinheiro que não gastou na viagem/Teatro/excursão feita pela escola Espaço Livre, comprar um sorvete e tomar no meio da rua (!). Porque parar na sorveteria não dava tempo; apesar da volta a pé, não dava pra ser tão devagar, porque em casa tinha uma pessoa importante, que ralou o dia inteiro, cuidando da casa e de um bebê, com amor e carinho, mas que precisava voltar pro seu lar, pra cuidar de seus filhotes também... <br />
<br />
A segunda foi que gritou, entusiasmadamente, seu coleguinha, no meio da rua (!). Mas como pode? Eles estavam juntos há minutos atrás, no passeio, no teatro! Quanta felicidade por ter descoberto onde morava o seu colega! <br />
<br />
Detalhes... Só ‘andando a pé’ é que a vida nos mostra seus lindos detalhes... <br />
<br />
A terceira... Ah! A terceira. Essa foi muito feia mesmo. Ao passar por uma loja que vende animais (como se chamam mesmo essas lojas? Juro que não sei!), viu o animal que tanto quer: um cachorro. Um não, tinha três (ou foram quatro?), dentro de uma ‘gaiola’ pequena que quase não dava pra eles mudarem de posição. Claro que fiquei com pena dos bichanos e tive vontade de comprar todos pra tirá-los dali de dentro. Nenhum ser vivo merece um confinamento daqueles...<br />
<br />
Mas ainda não era a hora. Céus! Como ele quer um cachorrinho. Já chorou, já implorou, até de joelhos... Mas ô vida corrida! Claro que tenho medo de não conseguir o tempo para cuidar do bichinho como ele merece! Afinal são dois filhos, 8 horas diárias de trabalho fora de casa e quase + 8 cá dentro, quando o irmãozinho resolve não dormir à noite... <br />
<br />
E naquele momento, no meio da rua, ele fez uma coisa muito feia. QueriaPorqueQueriaPorqueQueria o cachorrinho. Ah! Mas que mal há em um garoto zangar-se no meio da rua porque quer alguma coisa, não é? Meses atrás eu havia escrito, tristemente, que ele estava crescendo e falando coisas de adulto... Então, claro que nem me importei pela sua insistência e reclamações no meio da rua, porque isso é coisa de criança, não é? <br />
<br />
Ah! Ele pediu baixinho, reclamou baixinho, insistiu baixinho... Talvez nem tenha sido uma coisa tão feia assim, já que não houve escândalo; com 9 anos já está aprendendo a controlar as suas emoções... Percebi, feliz da vida, como ele é ainda criança sim. Porque criança faz coisa de criança e coisa que só criança faz... Chorar no meio da rua porque quer um cachorrinho é coisa de criança ainda, não é? Ai, que bom! Vejo que ele não cresceu tanto assim... <br />
<br />
Combinamos conversar ao chegar em casa, pra ver a possibilidade de comprarmos o animalzinho no outro dia. Ufa! Ao chegar em casa, deparou-se com seu irmãozinho, feliz da vida, esperando-o de bracinhos abertos. Além dessa coisa gostosa, que enche o coração de alegria e faz esquecer o QueroPorqueQueroPorqueQuero, deparou-se, ainda, com outra surpresa deliciosa! A ajudante do lar tinha feito sorvete de uva, e ainda tinha também do bolo de cenoura com cobertura de chocolate que ela tinha preparado pra o garotão levar pra a viagem... Foi uma melança (outra coisa feia, mas essa a gente não conta porque foi dentro de casa, né?...), uma coisa gostosa, daquelas que faz a gente se esquecer de tudo o que é problema.<br />
<br />
Mas, voltando da melança, andar a pé traz um monte de surpresas... Dá pra ver até o por do sol e a lua ‘nascendo’. Há muito tempo atrás, quando voltamos assim outra vez, fotografamos esse lindo cenário no céu. <br />
<br />
Andréa Mascarenhas<br />
(Homenagem aos filhotes Allec Levi e Yude Ravi - 9 e 3 aninhos)<br />
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-47195245304594041982013-01-12T06:37:00.003-08:002013-01-12T17:56:12.635-08:00MarcasAndréa Mascarenhas<br />
<br />
<br />
Era o chicote cantando na senzala...<br />
Tidos como qualquer coisa, menos gente.<br />
Os negros tinham que apanhar pra sobreviver.<br />
Trabalho não dava prazer,<br />
trazia apenas o sustento,<br />
amargoso alimento.<br />
Sem sorriso,<br />
sem poder acastelar as crias,<br />
que sumiam;<br />
de suas mãos eram arrancadas<br />
sem piedade,<br />
sem consentimento.<br />
Extraindo lágrimas<br />
de tristeza,<br />
de tormento.<br />
Tristes cenas.<br />
E cruéis...<br />
<br />
Travadas guerras e lutas,<br />
com o passar do tempo,<br />
não mais se via<br />
a selvageria.<br />
Enfim, reconhecidos como gente,<br />
dignos de direitos,<br />
como todos.<br />
Toda a brutalidade<br />
que sofreram durante o tempo<br />
como violência foi entendida;<br />
e abolida.<br />
<br />
Era a cinta cantando numa carne inocente...<br />
Outra espécie não tratada como gente.<br />
Não estou falando mais de negros.<br />
Também de bichos não.<br />
Estou falando de um ser<br />
puro, inocente,<br />
lindo, indefeso,<br />
cheio de amor e candura.<br />
Da nação o futuro;<br />
da vida a esperança,<br />
estou falando da criança.<br />
<br />
Estou falando da família!<br />
Do terror que envolve o lar.<br />
Chinelo, cinto,<br />
fio, chicote, pedaço de pau;<br />
corpos inocentes são atingidos,<br />
imobilizados a cada dia,<br />
massacrados,<br />
machucados.<br />
Marcados pela culpa e dor<br />
Em nome da cultura e do amor...<br />
<br />
Proclamam educação<br />
e atingem corpo e coração...<br />
Vedam-se olhos.<br />
A cultura fala mais alto!<br />
Parece normal, mas não é!<br />
Corpos enchem-se de volúpia.<br />
Há quem vibre até;<br />
<br />
Amor perde-se no tempo<br />
Confunde-se com os piores sentimentos:<br />
Dor, mágoa, ódio, desprezo, culpa.<br />
Esse ser pequeno ninguém escuta.<br />
<br />
E tudo começa com as mãos.<br />
Enraivecidas.<br />
Nervosas.<br />
Mãos que um dia protegeram,<br />
beijaram aquele corpo pequenino<br />
Menina ou menino?<br />
Não importava, brotou do ventre.<br />
E era amado<br />
e acariciado...<br />
Até aprender a usar as mãozinhas<br />
para descobrir o mundo.<br />
E as mãos que o protegiam<br />
Não mais o afagam.<br />
Agora o abatem;<br />
Mãos que machucam,<br />
pisam,<br />
matam.<br />
<br />
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-87155291198984434532012-11-10T16:00:00.000-08:002013-08-22T18:21:52.954-07:00Falando das birras infantis...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Andréa Mascarenhas<br />
<br />
<br />
É preciso compreender:<br />
<br />
Os “ataques” de birra fazem parte do desenvolvimento da criança. É uma manifestação de seus desejos, emoções e necessidades. É, talvez, a única forma que ela tem de argumentar e demonstrar o que pensa e o que quer. A birra, portanto, é necessária; é um tipo de comportamento totalmente saudável e normal, até que a criança adquira a maturidade e o autocontrole necessários para usar outros veículos de comunicação.<br />
<br />
Essa forma tão normal da criança se comunicar, no entanto, torna-se um grande problema, se falta experiência aos pais para lidarem com ela. É comum vermos pais estressados, nervosos, gritando com a criança e até agredindo-a para que ela pare. Mas, afinal, será que é possível viver um momento assim e manter a calma? A resposta é sim! <br />
<br />
Esse é um assunto que precisa ser discutido e refletido. No entanto, é incoerente falar de como lidar com as birras sem falar de assuntos que podem levar as crianças a esse comportamento impulsivo. Existem situações que, por favorecerem esse tipo de conduta na criança, precisam ser evitadas pelos pais. Para isso, estes devem estar atentos a alguns sinais:<br />
<br />
Sono – Evite deixar a criança acordada nos seus horários habituais de dormir. O sono é um dos fatores mais propulsores da birra infantil. Não sendo possível que a criança durma em seu horário de rotina, o mínimo que você pode fazer é se preparar para usar muita paciência e tempo para acalmá-la, caso ela tenha uma crise.<br />
<br />
Fome – Passar da hora habitual de se alimentar também pode causar mal-humor na criança; portanto, se você não estiver em casa, tenha sempre consigo alguma coisa para comer. Nosso planejamento de tempo pode falhar e, nessas horas, vale tudo ter algo na bolsa!<br />
<br />
Manter objetos de proibição longe dos olhos da criança – Que criança não gosta de um celular, um controle remoto, ou qualquer outra coisa atraente? Evitar que esses objetos estejam ao alcance de suas mãos ou de suas vistas é colaborar para redução de momentos de estresse para você e para a criança.<br />
<br />
Dificuldades para ouvir ordens que exijam atendimento imediato – Se ela tem problemas com o “pronto-atendimento”, torna-se mais fácil atender a uma ordem quando é avisada com antecedência. Portanto, diga sempre: “Filho/a, após o desenho que você está assistindo, irá tomar banho.” “Daqui a 5 minutos/Assim que terminar o lanche, irá fazer a tarefa de casa etc.”. Isso facilita o atendimento da criança, porque dá tempo para organização de seus pensamentos e para assimilação da ideia, principalmente se for algo que ela não gosta de fazer.<br />
<br />
Evite, ainda, dar ordens a todo instante. Isso é terrivelmente irritante. Nós adultos, inclusive, não gostamos de recebê-las. Em outras palavras, trate seu/a filho/a da mesma forma que você gostaria de ser tratado – e quem não gosta de ser tratado com respeito, carinho e atenção? Nesse ponto, vale destacar, também, a importância das escolhas. Ao contrário do que se pensava antigamente, deixar a criança escolher o que ela quer não a prejudica e não a torna mal-educada, mas essa atitude a ajudará no seu processo de independência. Auxilia, também, na relação pais/filhos, já que a criança demonstra naturalmente o que gosta e o que não gosta.<br />
<br />
Se você, mesmo tendo todos esses cuidados, depara-se, ainda, com episódios de birra, e tem dificuldade de lidar com essas situações, vamos pensar juntos, há uma série de atitudes e comportamentos que, se praticados continuamente pelos pais, podem auxiliá-los nesses momentos de conflito, ajudando a melhorar o comportamento do/a filho/a:<br />
<br />
• Entenda que ele/a está tendo uma "crise", não deve durar tanto tempo. A criança faz isso, geralmente, por não conseguir expressar-se pela fala e porque ainda não consegue conter as suas vontades!<br />
<br />
• Preserve a sua autoridade! Entenda que, nessa hora, a criança raramente escutará uma voz imperativa. Ao invés de dar ordens para ela, e correr o risco de não ser atendido, contenha-se e apenas tente acalmá-la;<br />
<br />
• É fundamental manter a calma. Em vez de falar com voz imperativa, fale o mais manso que você puder. Um abraço e algumas palavras de carinho e delicadeza costumam ser os melhores 'remédios': "Puxa... Você não está bem, não é? Eu vou te ajudar, vou te dar colo e carinho, certo?" Se você perceber que está nervoso, respire fundo, tome um pouco de água, conte até dez... seja qual for o ataque de birra: chutes, gritos, arremessamento de coisas etc.; Respirar corretamente também é um recurso importante, pois, ao controlar a respiração, mandamos uma mensagem para o nosso cérebro de que está tudo bem...<br />
<br />
• Pratique o autocontrole – A forma mais simples de ser melhor em algo é praticando-o. Enquanto você mantém o controle, está exercitando a sua capacidade de tolerância e ensinando a seu/a filho/a algo lindo, que é a ter o autocontrole também. A tendência é, cada vez em que o chilique acontecer, durar menos tempo, até que a criança aprenda de verdade a controlar suas próprias emoções, pelo aprendizado e pelo seu próprio crescimento e amadurecimento;<br />
<br />
• Evite receber tapas ou mordidas de seu/a filho/a (se isso acontecer, prefira conversar depois que ele/a se acalmar); Se a ‘crise’ estiver tão forte e você não conseguir acalmá-lo/a com palavras, colo e abraço, é preferível que fique um tanto afastado da criança – caso esteja em um local fechado e seguro; Porém não se afaste tanto, pois as emoções da criança podem estar tão desordenadas a ponto de levá-la a fazer algo mais sério para chamar a sua atenção, ou sentir-se mais explosiva ainda, ao pensar que foi desamparada. <br />
<br />
• Se a crise não for muito intensa, fale uma ou duas vezes, o suficiente para a criança escutar: “Não posso te atender enquanto você estiver gritando/pulando/ou qualquer que seja o ato de birra.” Ou: “Quando você se acalmar, eu prometo ouvi-lo/a e entendê-lo.”<br />
<br />
• Mostrar alguma coisa que chame a atenção da criança e a faça esquecer-se do objeto proibido é algo muito válido nessa hora, principalmente com as crianças menores. É muito mais eficaz do que ficar mandando ela calar a boca ou parar. Ou seja, mude o foco da birra!<br />
<br />
• Evitar ameaças, mas apontar as regras já definidas anteriormente, fazendo a criança lembrar-se das consequências, pode ajudar nesse momento; cumprir as consequências é imprescindível para evitar as próximas birras; mas certifique-se de que seu conceito de causa x consequência está bem definido, se não tem cunho punitivo ou ameaçador, por exemplo;<br />
<br />
• Muito cuidado ao dizer o ‘sim’ e o ‘não’. Sua palavra deve ter fundamento. Prefira dizer sim sempre que o objeto desejado pela criança não seja prejudicial a ela e nem ao outro, ou seja, faça, sempre que possível, seu filho feliz (Quem não gosta de ser feliz? Quem gosta de ter decepção ou frustração?). Porém, como a vida não é feita apenas de ‘sim’, na hora em que tiver que dizer ‘não’, certo de que, realmente, não há possibilidade de atender ao pedido de seu/ua filho/a, diga-o sem culpa, seja firme e passe segurança à criança. Mesmo que você sinta vontade de ceder para acabar com o chilique, não o faça. Essa estabilidade é importante, pois mostra para seu/a filho/a que ele/a não ganha com esse tipo de comportamento; Se os pais cedem, torna-se difícil o encontro de um ponto de equilíbrio;<br />
<br />
• “Concorde” com a criança. Uma dica que costuma funcionar também nessas horas e suaviza a fúria da criança é fingir que concorda com ela. Por exemplo, se o objeto de desejo é uma tesoura de ponta, em vez de você dizer: “Não vou lhe dar porque machuca!”, diga-lhe: “Entendi... Você quer a tesoura, não é? Você gostou dela, não foi? Eu também a acho bonita, queria deixá-la com você... mas sabia que ela machuca? Eu peguei de sua mão para ela não lhe machucar, entendeu?" – Enquanto você ‘concorda”, a criança vai se acalmando e, quando chega ao ‘não’ ou à explicação do ‘porquê não’, ela já está bem mais consciente e aceita com mais facilidade; <br />
<br />
• Se você estiver entre outras pessoas e/ou em lugar público, é preferível que tire a criança, delicadamente, do local. Se a crise for muito forte e, se for possível e não lhe trouxer prejuízos, opte por ir embora, ou deixe o ambiente até que ela se acalme; faça isso sem demonstrar constrangimento algum diante das pessoas; não se importe com os olhares de reprovação que, possivelmente, você observará. Mostre que tem segurança e que sabe o que faz;<br />
<br />
• Em hipótese alguma, use da força física, de gritos e ameaças para fazer seu/a filho/a parar. Esse é um importante momento de aprendizado para ambos. Você é o adulto nessa cena; é quem tem o controle emocional, é quem vai ensinar seu/a filho/a a controlar também as suas emoções. Além disso, as crianças estão, a todo instante, imitando os pais, razão pela qual estes devem ser exemplo para os filhos. Vale refletir aqui: Se um pai briga na frente de seu filho, não está ensinando-o a brigar? Se fuma, não o ensina a fumar? Se fala palavrão, não o ensina a falar também? Percebe, então, a contradição que é bater na criança? Pra ensiná-la a não bater, bate-se nela? Pra ensiná-la a não gritar, grita-se com ela? Se nós esperamos que ela não faça isso com os coleguinhas, com o/a irmãozinho/a e conosco, por que razão nós mesmos faríamos com ela?<br />
<br />
• Se seu/a filho/a, nos momentos de crise, prende a respiração até ficar roxo e/ou desmaiar, converse com o pediatra, pois esse comportamento, inclusive, pode estar ligado à deficiência de ferro. Além disso, fique atento a outros tipos de comportamento e sintomas. A falta de humor, o sono excessivo, a dificuldade na hora de comer, a preguiça que você diz que seu/a filho/a sente, por exemplo, pode ser, também, falta desse importante nutriente;<br />
<br />
• Toda fase passa. Leve isso sempre em consideração. Você raramente vai ver uma criança de 6, 7 ou 8 anos fazendo birra. Aprenda a compreender cada fase da criança e, aos poucos, você vai ensinando-a valores imprescindíveis para a sua vida;<br />
<br />
• Por fim, converse com seu/a filho/a sempre que ele/a se acalmar. Não deixe passar em branco esse tão precioso momento de aprendizado e crescimento. Ajude-o/a na expressão de seus sentimentos. Escute-o/a e entenda-o/a; depois explique o porquê do “não”, se ainda estiver confuso para ele/a;<br />
<br />
• É importante também não esperar perfeição da criança. Ela é um ser em desenvolvimento e precisa dos adultos para aprender. São os pais que devem guiar seus passos e apontar caminhos e alternativas. Se, mesmo utilizando tantas alternativas, seu filho, tendo mais de 4 anos, ainda apresenta bastante esse tipo de comportamento, converse com um bom pediatra. Ele pode verificar se há algum problema psicológico mais sério e sugerir outras maneiras de lidar com o problema. <br />
<br />
<br />
Andréa Cristina Mascarenhas Nascimento dos Santos<br />
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Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com17tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-43473147560516657232012-10-31T17:56:00.002-07:002013-01-12T18:14:25.037-08:00Bater em criança? Sempre foi assim...Andréa Mascarenhas<br />
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Quem nunca parou pra refletir porque fazemos isso ou aquilo, porque nos vestimos dessa ou daquela forma, não é capaz de compreender como somos movidos por hábitos e costumes, e como, a todo o momento, estamos nos deixando influenciar por comportamentos e atitudes do outro, principalmente aqueles adquiridos de geração a geração.<br />
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De forma consciente ou não, nossa vida é influenciada, em todos os âmbitos, por esses costumes. E a formação destes em um grupo social se dá de forma paulatina, ao passo que exerce influência no meio e nas pessoas. Aos poucos, vão moldando os modos de um povo, conduzindo a sua forma de ver, de pensar, de fazer e até de ser. <br />
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Os costumes vedam os olhos das pessoas, impedindo-as de enxergar além, ou de visualizarem as opiniões do outro ou de outro grupo social. Não raro nos flagramos estranhando o modo de vida de outras pessoas, percebendo e criticando outras posturas, outras formas de ver, de viver e de conviver socialmente. <br />
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Se fôssemos fazer uma lista de atitudes e comportamentos que fazem parte de nosso dia-a-dia, dos mais simples aos mais complexos ou comprometedores, teríamos uma página nada pequena, desde a forma de nos vestir, aos nossos hábitos alimentares e à forma de nos comportarmos em sociedade.<br />
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Certa vez eu estava no trabalho com algumas colegas. Alguém nos ofereceu bananas no momento do lanche. Enquanto comíamos, uma das colegas mordeu o primeiro pedaço da fruta e procurou por uma lixeira, onde pudesse jogar fora esse pequeno pedaço. Eu perguntei a razão pela qual ela queria jogar o pedaço da fruta no lixo e ela me respondeu: “Ué, não jogamos o primeiro pedaço da banana fora?”. Eu, tranquilamente, comi a minha fruta por inteiro. Apesar de bem madura, ela não tinha nenhuma partícula estragada ou que tivesse ficado exposta a insetos e sujeiras, precisando ser depositada ao lixo. Deduzi que essa era mais uma das nossas atitudes impensadas, apesar de ser uma pequeníssima coisa, nada prejudicial, apenas um detalhe entre tantos costumes que praticamos conosco e com o outro.<br />
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O que entra em questão aqui não é a nocividade da atitude, mas a influência do hábito no comportamento e no modo de vida das pessoas. Ao questionar o porquê de fazermos algumas coisas dessa ou daquela forma, a resposta, na maioria das vezes, é: “Sempre foi assim...”<br />
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Porém, devo enfocar que atitudes movidas pelo hábito, muitas vezes, são prejudiciais. E este é um aspecto que merece destaque aqui: a força dos costumes e hábitos na propagação do ato de bater em crianças, comportamento danoso e sem sentido algum paro o ato de educar. Ou seja, além de tantos comportamentos movidos pelo hábito, mas sem nenhum impacto na vida social, existem também aqueles que se constituem em grandes erros. E, levando em consideração que o ato de bater em crianças acontece apenas pelo costume, faz-se necessário destacar a necessidade de se refletir sobre tal prática, de forma intensa, clara e contínua.<br />
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É preciso mudar a forma de pensar para mudar muitos tipos de comportamentos que apresentamos, dentro de um ou vários grupos sociais do qual fazemos parte, a começar pela família. É possível traçar novos caminhos e encontrar respostas às interrogações que, na maioria das vezes, estão inativas.<br />
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Educar crianças batendo: Não há justificativa provável para tal prática!<br />
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A infância é a fase da vida em que mais se aprende por exemplos e comportamentos do que por palavras e discursos. O exemplo é, pois, fundamental na educação dos filhos, e a forma de tratamento dada aos filhos pelos pais é um dos aspectos que definem a direção do comportamento da criança, quase sempre. Nessa perspectiva, o diálogo, a atenção e a interação são o caminho mais eficiente, pois envolve sentimentos e valores como o amor, compreensão e o respeito. <br />
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Se um pai diz a seu filho que não se deve bater no irmãozinho, no coleguinha ou em outra pessoa, mas ele o faz no próprio filho, as referências da criança ficam confusas. Uma série de paradoxos entra em campo aqui.<br />
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Não é fácil mudar o modo de ser, de pensar e de agir, dentro de um contexto histórico tão influente, consideradas as convicções e certezas proporcionadas pelo hábito e pela cultura. As pessoas precisam adquirir consciência do poder que elas têm de transformação. Repensar, refletir, criticar sua forma de agir e pensar é um dos passos importantes a serem percorridos nesse caminho.<br />
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Andréa Cristina Mascarenhas Nascimento dos SantosAndréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-48741880187515286622012-10-10T13:12:00.000-07:002013-01-12T18:07:22.494-08:00Práticas usadas pelos pais no disciplinamento dos filhosAndréa Mascarenhas<br />
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Os estudos revelam que as práticas educativas diferem nos diversos grupos sociais e tempos. Pais, mães e educadores, de forma geral, questionam-se sobre formas de disciplinar os filhos. Pesquisadores observam que algumas famílias são capazes de “funcionar” com certa facilidade, têm filhos tranquilos, bem desenvolvidos e resolvidos emocionalmente; enquanto outras, de mesma situação econômica e social, vivenciam problemas de toda ordem. De acordo com Zamberlan (2003), a família continua a ser o fator norteador do desenvolvimento da personalidade da criança. Porém, quando se fala em desenvolvimento infantil, muitos cuidadores não fazem ideia de sua responsabilidade nesse processo. A criança não se desenvolve sozinha, ela é guiada por exemplos e atitudes dos adultos. As práticas educativas parentais têm uma forte influência nesse desenvolvimento.<br />
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Lubi (2003) explica que o desenvolvimento infantil está claramente vinculado ao contexto familiar, às vivências e às práticas educacionais. Essas, por sua vez, constituem-se num conjunto de estratégias, com o objetivo de adquirir obediência e respostas dos filhos a determinadas solicitações de seus pais. Essas práticas visam orientar, educar, instruir e controlar o comportamento dos filhos, a fim de atingir condutas consideradas adequadas pela sociedade.<br />
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Badinter, 1985, afirma que as práticas educativas têm relação com a forma pela qual foi vista a criança durante séculos: como uma propriedade privada dos pais e da sociedade; como um adulto em miniatura; e como força do mal, julgada e condenada segundo as normas dos adultos.<br />
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Ingberman (2001) relaciona alguns aspectos do comportamento familiar que colaboram para a adequação de seus membros. O primeiro é a comunicação e se refere a comportamentos verbais ou não verbais expressos por seus membros. O segundo aspecto refere-se à iniciação da disciplina, que envolve interação entre pais e filhos, incluindo a aceitação e/ou confronto com as regras. Quando os pais não sabem lidar com a criança, dão margem ao aparecimento de problemas de ordem disciplinar, prejudicando o bom desenvolvimento de seus filhos e gerando rupturas na prática da disciplina, colocando a criança em situação de risco. O terceiro aspecto refere-se aos papéis de cada membro dentro da família, contribuindo para a harmonia da mesma.<br />
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O quarto aspecto envolve a liderança que os pais devem exercer no grupo familiar, uma liderança democrática, que combine paternidade com autoridade e busque o bom desenvolvimento emocional de todos. Ainda dentro desse aspecto, Ingberman lembra que a característica dos pais autoritários é exigir obediência rigorosa da criança sem lhe dar explicações, e que os pais “com autoridade” impõem limites, mas são consideravelmente mais flexíveis, mantém o diálogo como ferramenta importante na relação e dão muito carinho aos filhos. Gottman e Claire (1997) dizem que crianças que crescem sem limites e sem orientação de seus pais apresentam dificuldades de concentração, em fazer amizades e em relacionar-se com seus pares. Afirmam, ainda, que as crianças precisam de limites seguros e saudáveis, e que a nossa disposição em colocar esses limites transmite amor.<br />
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Os conflitos constituem-se no quinto aspecto e podem ser benéficos, ou não; dependendo de como são tratados, podem conduzir ao equilíbrio ou desequilíbrio emocional. O sexto aspecto ressalta que é comum a manifestação da agressividade no ambiente familiar, mas a afeição deve estar acima desse comportamento, e cabe aos pais gerenciar tais comportamentos. O sétimo diz respeito à harmonia dos pais, gerando esforços para a conquista de objetivos comuns. O oitavo e último aspecto refere-se à autoestima e apresenta a importância de atitudes dos pais para com seus filhos, destacando o interesse por seus sentimentos, sonhos e realizações. Enfatiza, ainda, os danos causados pelos maltratos à vida da criança. <br />
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Lubi classifica as práticas educativas em coercitivas e não-coercitivas. Embora ambas têm o mesmo objetivo, são muito diferentes e responsáveis por diferentes efeitos.<br />
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As estratégias de força coercitiva, segundo Alvarenga (2001), são caracterizadas pelo uso da força e da punição, seja física ou psicológica. Entre as formas de manifestação da força coercitiva estão os castigos físicos, a privação do afeto e as ameaças. A criança controla seu comportamento em função das reações dos pais. A força coercitiva produz fortes emoções negativas, tais como medo, raiva e ansiedade, que interferem negativamente na capacidade da criança entender seu erro. Portanto, as práticas de força coercitiva não beneficiam o aprendizado das regras e padrões sociais. Frequentemente são citadas as relações entre práticas de caráter coercitivo e problemas de comportamento, entre eles estão a agressividade, desobediência etc.<br />
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De acordo com Weber, Viezzer e Brandenburg (2003, p. 499), para muitos pais a punição física é a melhor forma de disciplinar os filhos. Isso acontece porque a força física paralisa a ação, levando a criança a mudar de comportamento momentaneamente. A imediata obediência traz benefício para os pais, aumentando a probabilidade de continuarem a utilizar tal prática em outras situações. Os pais, explicam as autoras, precisam aprender outras formas de disciplinar seus filhos, que garantam a mudança de comportamento duradoura e adequada, mantendo uma dinâmica familiar, que priorize o afeto, o comprometimento e a autoridade democrática. <br />
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As estratégias de força não-coercitiva envolvem a utilização da disciplina positiva (uso de reforçadores), o estabelecimento de regras (limites), com uma supervisão constante, incentivo à autonomia e fortalecimento da autoestima da criança.<br />
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Capítulo 1.3 de meu TCC 'RELAÇÕES INTERPESSOAIS E A APRENDIZAGEM: O IMPACTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO DESEMPENHO ESCOLAR', disponível em: http://www.4shared.com/office/0KNzH8bW/TCC_-_Relaes_interpessoais_e_a.html<br />
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Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-77288723962241027872012-09-28T07:28:00.001-07:002013-01-12T18:39:11.842-08:00Uma análise sobre a “vara da Bíblia”Andréa Mascarenhas<br />
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Muitas pessoas, por apegarem-se à literalidade de palavras da Bíblia, entendem que precisam bater em seus filhos para discipliná-los. Afirmamos, porém, com base em estudos e reflexões profundas sobre o tema, que a Bíblia não apóia tal prática.<br />
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Alguns versículos que “embaraçam” a mente das pessoas com relação à prática:<br />
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1. Aquele que poupa a vara aborrece ao seu filho; mas quem o ama, a seu tempo o castiga. Provérbios 13:24<br />
2. Não retires da criança a disciplina; porque, fustigando-a tu com a vara, nem por isso morrerá. Provérbios 23:13<br />
3. A estultícia está ligada ao coração do menino; mas a vara da correção a afugentará dele. Provérbios 22:15<br />
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Pensemos inicialmente: Pregamos que Deus é Pai. Somos, pois, seus filhos. Se somos filhos, somos por Ele também disciplinados, corrigidos. Encontramos versículos que falam na correção de seus filhos por Deus? Sim, inclusive falam também do uso da vara. Mas que vara será essa? O que a vara citada está representando? Nesse contexto, analisemos os próximos versículos:<br />
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1. Saberás, pois, no teu coração que, como um homem corrige a seu filho, assim te corrige o Senhor teu Deus. Deuteronômio 8:5<br />
2. Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus corrige; não desprezes, pois, a correção do Todo-Poderoso. Jó 5:17<br />
3. (...) pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a todo o que recebe por filho. Hebreus 12:6<br />
4. “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.” – Salmos 23:4<br />
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Percebemos claramente nesses versículos a não literalidade da vara. Primeiro porque nunca vimos Deus açoitar literalmente seus filhos; Segundo porque a vara falada no livro de Salmos tem o papel de consolar. Entendemos, pois, que a vara é usada na disciplina como instrumento para guiar, apontar o caminho. E educar é isso! Como no início da leitura (vers. 1°) Deus é apresentado como Pastor, percebemos que a vara é um instrumento usado para apascentar, corrigir desvios, apontar a passagem às ovelhas, conduzindo-as no caminho certo e livrando-as dos perigos. <br />
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Diante disso, é válido refletirmos:<br />
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• Se a vara usada por Deus/Pai nos consola, por que a vara usada pelo pai e mãe seria usada para bater, açoitar ou fustigar literalmente?<br />
• Quando Deus nos corrigiu com a vara literalmente?<br />
• Quando o pastor da Igreja, que faz o papel de pai, ensinando, disciplinando, usou da vara literalmente para corrigir a seu rebanho?<br />
• Onde na Bíblia encontramos Jesus, já que Ele esteve presente em forma humana na Terra, repreendendo com vara as crianças?<br />
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O apóstolo Paulo também falou da vara quando se referiu à correção dos membros da igreja em Corinto:<br />
• Que quereis? Irei a vós com vara, ou com amor e espírito de mansidão? 1 Coríntios 4:21<br />
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Quando/Onde encontramos na Bíblia Paulo açoitando de vara o povo que estava sob a sua responsabilidade ensinar?<br />
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Jesus quando esteve na Terra, deixou-nos lindas lições de amor ao próximo, ensinou-nos lições incomparáveis de perdão. Uma das mais lindas lições foi a do perdão à mulher adúltera, quando fez com que todos refletissem sobre seus atos e desistissem de apedrejar àquela mulher!<br />
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Por que à mulher adúltera Jesus perdoaria e às crianças, seres em formação, que não conhecem as consequências de seus erros, Ele mandaria açoitar? <br />
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Chamam-nos a atenção também o seguinte versículo da Bíblia:<br />
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• O que semear a perversidade segará males; e a vara da sua indignação falhará. Provérbios 22:8<br />
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E são os males que muitos estão colhendo nos últimos séculos: Os valores perdem-se a cada dia. Muitos filhos não aprenderam a respeitar os seus pais, pois são tratados sem nenhum respeito, com violência, humilhações, por repressão e medo. Na família, a afetividade está cada vez mais dando lugar à ira, pois ao passo que as crianças são agredidas, têm seu coração preenchido pela raiva, ódio, medo, desamor...<br />
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Está claro aqui que Deus não apóia atos de violência/perversidade. Está claro que a tal vara provoca indignação, raiva e ódio e, por isso, não foi recomendada por Deus.<br />
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Há alguns versículos ainda, inclusive muito lindos, pouco usados pelos pais: <br />
• Beijai o Filho para que se não irrite, e não pereçais no caminho. Salmos 2:12ª<br />
• E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor. Efésios 6:4<br />
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Qual é o sentimento que se desperta no coração de uma criança agredida? Não seria exatamente a ira?<br />
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Por que em vez de continuarmos repetindo atitudes errôneas e afirmando questões e pensamentos infundados, não procuramos refletir sobre as nossas práticas e ver se elas fazem sentido à luz da Palavra de Deus?<br />
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Andréa Cristina Mascarenhas Nascimento dos Santos<br />
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Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-61764617985946572142012-08-28T20:17:00.001-07:002013-01-12T18:08:25.428-08:00Por que você mora na rua?Andréa Mascarenhas<br />
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Em meu contato com crianças deparo-me, muitas vezes, com fatos engraçados, mas, se bem observados, muito interessantes. Fico a analisar como funciona o pensamento da criança. <br />
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Estava à espera do horário para início de um de meus trabalhos com os pais, quando uma criança bem ativa, com o nome de Sofia, aproximou-se de mim, de uma forma bem animada, que é própria da criança, e, após minutos de brincadeira com suas bonequinhas, eis a pergunta:<br />
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- Onde você mora?<br />
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Eu, certa de estar dando a resposta correta, digo com bastante entusiasmo na voz e toda sorridente, tentando corresponder à animação da garotinha: Eu moro na Rua Nova Esperança, n° 40.<br />
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E a menina, espontaneamente, com ar de admiração e piedade:<br />
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Oh... Você não tem casa? Por que você mora na rua???<br />
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Sem saber se respondia ou se ria, tentei explicar-me para a menininha de apenas 4 anos:<br />
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- Eu tenho casa, minha casa fica na rua Nova Esperança n° 40...<br />
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E ela precisou de provas para passar a acreditar que eu não a estava enganando, que eu não tinha mudado de resposta. E pede gesticulando:<br />
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- Então me diz: Quem são seus vizinhos do lado de cá? E quem são seus vizinhos do lado de lá?<br />
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Ri bastante e, como sempre faço quando me deparo com situações desse tipo vivenciadas com crianças, aproveitei para aprender com ela. E fiquei pensando sobre como ocorre o pensamento infantil, como a criança pensa diferente do adulto e como precisamos compreender isso para saber como proceder em diversas situações de interação com ela.<br />
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Compreender que a criança não pensa da mesma forma que o adulto não é uma tarefa tão complexa, mas lidar com comportamentos e reações provocadas pela compreensão (ou não compreensão) que esse ser pequenino tem do mundo que a cerca, muitas vezes, é bem desgastante para os adultos. <br />
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Segundo Jean Piaget (1896-1980), psicólogo e filósofo suíço, conhecido pelo seu trabalho desbravador no campo da inteligência infantil, o pensamento da criança desenvolve-se gradativamente, e em uma sucessão de estágios ela vai construindo conceitos, formando suas opiniões, de acordo às oportunidades, possibilidades e experiências vividas. Nem sempre, contudo, as crianças correspondem às noções presentes no mundo adulto.<br />
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Grande parte dos conflitos que ocorrem entre pais e filhos dá-se pela não compreensão de como funciona a mente das crianças. Dadas as ordens, a mãe ou o pai espera o pronto atendimento por parte de seu (a) filho (a), e ele/a, muitas vezes, não consegue retribuir essa expectativa. Conciliar os dois pontos de vista – o infantil e o adulto – é um dos aspectos importantes para amenizar os conflitos que ocorrem entre pais e filhos. É preciso, portanto, que a forma de pensar da criança seja respeitada e, ao mesmo tempo, que esta tenha contato com as noções estabelecidas pelos adultos, para que, assim, construa seu próprio conhecimento. <br />
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Andréa Cristina Mascarenhas Nascimento dos Santos<br />
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-27218133127908907642012-08-05T13:30:00.000-07:002013-01-12T18:09:43.357-08:00A punição corporal - terror doméstico contra crianças e adolescentesAndréa Mascarenhas<br />
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A punição corporal faz parte das relações parentais desde os primórdios, sempre camuflada por trás da educação, da imposição de limites aos filhos. São muitas as formas de castigo físico adotado por pais, mães e/ou responsáveis no disciplinamento de crianças e adolescentes. A violência doméstica contra a criança e o adolescente é um problema que faz milhares de vítimas e não escolhe nível social, econômico ou cultural, e pode impedir um bom desenvolvimento físico e mental das pessoas vítimas. <br />
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Ao constituir o olhar sobre a educação da infância referida às relações parentais, p. ex., temos resgatado teórica e empiricamente a produção sobre as condições históricas de transformação das relações familiares, seus reflexos nas expectativas, representações e ações dirigidas à educação das crianças e as formas como se manifestam as relações cotidianas. Para tanto, tomamos como foco principal o processo de socialização e a possível manifestação da violência doméstica contra a criança (Magalhães; Barbosa, 2003, p. 76). <br />
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As raízes desta prática violenta – a punição corporal – comum em tantas culturas, remontam à Antiguidade. Os castigos físicos ocupam lugar principal na educação das crianças. A história mostra-nos isso. O castigo físico constituía-se na única forma reconhecida de manifestação da autoridade, revelava a desumanidade contra a criança e o adolescente nas relações parentais da época, era como um símbolo da ‘profissão de pais’ na disciplina dos filhos. <br />
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Existe, porém, grande diferença entre punir e disciplinar. O filósofo francês Michel Foucault define com bastante propriedade isso; segundo o teórico, a punição ou o castigo seria tudo aquilo que advêm após a falta cometida, na tentativa de evitar sua repetição, através da ameaça, do medo, ou da repressão. A disciplina, por sua vez, é um processo contínuo de instrução e acompanhamento, com mecanismos e ferramentas diferenciadas, entre elas está o diálogo, que tem como objetivo evitar o aparecimento da falta. <br />
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Infelizmente são muitas as situações que turbam e degeneram a individualidade das crianças, em sua maioria frutos de famílias desestruturadas, onde pais e filhos são desligados afetivamente, através da rejeição física e/ou psicológica, através das cobranças exageradas, causando-lhes sofrimento, principalmente aos mais introvertidos. Estudos contemporâneos sobre práticas de violência evidenciam que a maioria dos atos desta natureza advém dentro do ambiente doméstico. O lar deixa de ser o ambiente protetor da criança e adquire uma perspectiva aterrorizante e ameaçadora. <br />
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A família é o reino do interdito e da pretensão de ‘mandar’ nos seus membros, como se fossem coisas e não pessoas. Toda interdição à possibilidade de crescimento e desenvolvimento afetivo, intelectual, existencial, sexual, físico e político da criança, é uma violência tão brutal quanto a pedofilia, o abuso sexual, a privação emocional, a violência física (a palmada e afins) e a tortura. Estas, aliás, são rebentos monstruosos daquelas. (B. OLIVEIRA, Thelma, 2012, O Livro da Maternagem, p. 486).<br />
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O castigo corporal não marca apenas o corpo físico; ele destrói o interior, humilha e até mata; constitui, portanto, um agravo à integridade humana. No entanto o hábito está tão impregnado na mente das pessoas, que elas não conseguem enxergar mal algum nessas práticas; e até as defendem.<br />
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Segundo Lima (2004) há quem não usa castigo físico, mas violenta psicologicamente, e isso pode ter um efeito tão negativo quanto o primeiro na formação da personalidade da criança. Castigo psicológico marca para sempre o ser humano. A violência – física ou psicológica - além de trazer danos à saúde física e mental do homem, prejudica o seu desenvolvimento por inteiro. Entre as grandes consequências dos castigos físicos estão as manifestações de agressividade, os distúrbios de conduta, o fracasso escolar, problemas de saúde física, baixa autoestima, ansiedade e dificuldade para relacionar-se socialmente. Todos esses problemas interferem na atenção e concentração, afetando, portanto, a aprendizagem. <br />
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São alguns dos métodos de penitência e tortura tradicionais na vida da família: a extorsão, o insulto, a ameaça, o cascudo, a bofetada, a surra, o açoite, o quarto escuro, a ducha gelada, o jejum ou a comida obrigatória, a proibição de sair, de dizer o que pensa, de fazer o que sente e a humilhação pública... Para castigo à desobediência e exemplo de liberdade, a tradição familiar perpetua uma cultura do terror que humilha a mulher, ensina os filhos a mentir e contagia tudo com a peste do medo. (B. Oliveira, Thelma O Livro da Maternagem, 2012, p. 415, apud EDUARDO GALEANO, O livro dos abraços, 1989)<br />
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Capítulo 2.2. de meu TCC 'RELAÇÕES INTERPESSOAIS E A APRENDIZAGEM: O IMPACTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO DESEMPENHO ESCOLAR', disponível em: http://www.4shared.com/office/0KNzH8bW/TCC_-_Relaes_interpessoais_e_a.html<br />
Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-11320580630893733772012-08-01T13:37:00.000-07:002013-01-12T18:10:12.800-08:00O impacto da violência doméstica na aprendizagemAndréa Mascarenhas<br />
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A escola é uma instituição cultural, e é onde acontece a troca, fundamental para que ocorra o aprendizado. O desenvolvimento da inteligência exige a ação e a interação com o objeto de conhecimento; nesse processo de troca, os conhecimentos vão sendo gerados, porém dependerão de outros fatores e condições sociais internos e externos ao ambiente escolar. O psicólogo francês Wallon diz que “a emoção é a fonte do conhecimento”. O desenvolvimento da criança, portanto, está intimamente ligado tanto ao conhecimento quanto às emoções e sentimentos. <br />
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Ausência de diálogo pode fazer com que as crianças cresçam rejeitadas, desobedientes e agressivas. As relações familiares e o carinho dos pais exercem grande influência sobre a evolução dos filhos. As primeiras aprendizagens das crianças ocorrem na primeira relação com a mãe (primeiras palavras, gestos...). “Nessa relação, a criança constrói seu estilo particular de aprendizagem, que sofrerá modificações à medida que a criança se relaciona com outros contextos” (Almeida, 1999, p. 48).<br />
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É importante saber, por isso, que tipo de relação a família está tecendo com a criança. Quando bem tratada, amada e respeitada, a criança desenvolve autoconfiança, sentimento que a ajuda no desenvolvimento de suas habilidades e na crescente produção de conhecimentos. Ela se sente encorajada a aprender. O desenvolvimento emocional das crianças e adolescentes é afetado de forma muito intensa no mundo atual, pois, ainda segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “o afeto implica em aceleração ou retardamento da formação das estruturas”. Sendo assim, a violência doméstica, conhecida camufladamente com punições educativas, é um dos fatores que dificultam a aprendizagem. As consequências da violência doméstica podem ser mais explicadas e mais evidenciadas ainda. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma:<br />
As consequências da violência infantil sobre a saúde e o desenvolvimento das crianças maltratadas persistem durante a idade adulta e estão relacionadas com um amplo leque de comportamentos de risco, como o abuso das drogas e do álcool. (Organização Mundial da Saúde - OMS).<br />
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Uma revisão de pesquisas desenvolvidas ao longo dos últimos vinte anos também confirma as consequências duradouras e nocivas ao desenvolvimento da criança e adolescente vítimas de punições corporais. “Apesar de que o castigo físico pode conduzir a criança a fazer algo na situação imediata, existem muitos efeitos colaterais que podem se desenvolver a longo prazo”, explica a coautora da revisão, Joan Durrant, da Universidade de Manitoba no Canadá. A revisão foi publicada no periódico Canadian Medical Association Journal.<br />
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O desenvolvimento emocional das crianças e adolescentes é afetado de forma muito intensiva no mundo atual, pois, ainda segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “o afeto implica em aceleração ou retardamento da formação das estruturas”. <br />
Uma outra pesquisa, realizada por psiquiatras e neurocientistas da Universidade Washington de Saint Louis, comprova que uma área do cérebro, denominada hipocampo, responsável pela memória, é maior nas crianças criadas com afeto. O estudo, publicado pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) indica a relação entre a criação e o tamanho do hipocampo. As crianças criadas com afeto tinham o hipocampo quase 10% maior que as demais. Esse fator pode ter um impacto muito grande no desenvolvimento da inteligência da criança, posteriormente. Essa pesquisa é o primeiro trabalho a mostrar uma mudança anatômica no cérebro.<br />
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No Canadá, pesquisas realizadas pela Universidade de Toronto comprovaram que crianças de 3 anos, que apanharam de seus pais, ainda que com as palmadas consideradas por muitos como pedagógicas, apresentavam dificuldade de aprendizado.<br />
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Um outro estudo, americano, constatou que a inteligência de crianças que não receberam palmadas até os 4 anos era maior do que a de crianças que foram agredidas por elas. Uma matéria publicada na Revista Veja (Editora Abril) - 20 de março de 1996 - traz explicação para tais situações: As experiências durante a infância nutrem os circuitos nervosos e definem o futuro da área cognitiva e afetiva do cérebro. As boas experiências fornecem subsídios para um bom desenvolvimento da inteligência das crianças; as experiências ruins atrofiam a inteligência. Se as situações negativas vividas são isoladas e não se repetem, acabam por serem deletadas da memória; se elas se prolongam por mais tempo, transforma o cérebro da vítima em um museu de horror. As surras, por exemplo, são experiências capazes de estourar regiões do cérebro, inclusive a amígdala, região onde estão concentradas as emoções. <br />
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A família, porém, tem se ausentado, cada vez mais, na educação dos filhos, negando-lhes o direito ao contato afetuoso e, consequentemente, à formação plena de sua integridade emocional. Segundo dados da agência sanitária, a violência durante a infância é o fator responsável por cerca de 6% dos casos de depressão, de abuso ou dependência química, 8% das tentativas de suicídio, 10% das crises de pânico na juventude e na fase adulta.<br />
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Incontestável, portanto, a necessidade de intervenção profissional para amenizar as dificuldades de aprendizagem geradas por tal ato, devolvendo às vítimas o resgate da sua autonomia e de sua capacidade de aprendizagem.<br />
Está bem estabelecido que os efeitos da violência doméstica contra a criança e o adolescente podem durar a vida inteira e diminuírem significativamente as chances de uma criança ter um desenvolvimento integral e saudável. (Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul - Print version ISSN 0101-8108).<br />
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Capítulo 2.3. de meu TCC 'RELAÇÕES INTERPESSOAIS E A APRENDIZAGEM: O IMPACTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO DESEMPENHO ESCOLAR', disponível em: http://www.4shared.com/office/0KNzH8bW/TCC_-_Relaes_interpessoais_e_a.html<br />
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Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-52847363800170921462012-07-29T15:44:00.001-07:002013-01-12T18:12:12.655-08:00“LEVANTA PRA CAIR DE NOVO!"Andréa Mascarenhas<br />
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São várias as situações tão comuns, que mostram claramente o descaso e a falta de respeito com que são tratadas as nossas crianças e, PRINCIPALMENTE, pelos próprios pais!<br />
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DAS SITUAÇÕES ABAIXO JÁ VI DEMAIS! - Não sei qual exatamente estou descrevendo:<br />
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Situação 1: Uma pessoa adulta vai atravessando a rua e cai no chão. Várias outras pessoas a acodem; forma-se uma roda incrível ao redor da vítima; oferecem-lhe a mão, as duas mãos, os pés, o carro, o avião...<br />
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"Está sentindo alguma coisa, sr./sra. Fulano/a?"<br />
"Não quer ir ao médico fazer uma avaliação da queda?"<br />
"Quer que eu ligue para seu marido/esposa pra vim lhe buscar?"<br />
"Consegue levantar-se?"<br />
"Eu te ajudo a andar."<br />
"Dá-me essa sacola, ela deve estar muito pesada!"<br />
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Se for mulher (e bonita) ainda tem 'bônus' - Antes de levantar-se, já lhe deram os braços, o abraço, enxugaram-lhe as lágrimas...<br />
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Situação 2: Uma criança brinca na calçada e cai no chão. Algumas pessoas passam e nem se comovem PORQUE A MÃE já prestou o atendimento: “LEVANTA PRA CAIR DE NOVO!"<br />
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Andréa Cristina Mascarenhas Nascimento dos Santos<br />
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Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-38572044342826270562012-07-29T14:26:00.001-07:002013-03-15T21:40:06.853-07:00HÁBITO: UM VILÃO DAS CRIANÇASAndréa Mascarenhas<br />
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OLHA O QUE O HÁBITO FAZ COM A CRIANÇA; veja como é cruel a cultura da violência infantil.<br />
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Situação 1:<br />
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Um adulto/visita chega à casa de uma amiga e esbarra-se com um vaso caríssimo, vaso de estimação da dona da casa e quebra. Escuta: <br />
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"Não tem problema, não se preocupe, isso acontece... não foi porque você quis..."<br />
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E o adulto - todo desconsertado: <br />
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"Diz-me o valor para que eu te pague esse prejuízo; dá-me vassoura e pá pra que eu tire os cacos e limpe o chão; eu vou procurar e comprar um igual..." <br />
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E a dona da casa/do vaso:<br />
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"Não, não se preocupe, sei que não foi porque quis, não tem nada a pagar e fica tranquila..."<br />
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Por dentro, a dona de casa: "Tonta, parece que não enxerga... Logo meu vaso mais caro... Ai, que raiva, que tristeza... que... que..." Um monte de emoções BEM controladas.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmq_OE7D1ow4P_ZERYlIM2R5Zo88Qh-6_267StycBU3zDAuUVEgBldXHQl4N9Cu3GJHAtGWw9eNUnlGi04Fd9t4UBbEA-bcJLqjxkg8Da6Yz62wBtTVsB872uvpKVBQjvXr3sEld_CypQ/s1600/vaso.jpg" imageanchor="1" style="clear:left; float:left;margin-right:1em; margin-bottom:1em"><img border="0" height="225" width="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmq_OE7D1ow4P_ZERYlIM2R5Zo88Qh-6_267StycBU3zDAuUVEgBldXHQl4N9Cu3GJHAtGWw9eNUnlGi04Fd9t4UBbEA-bcJLqjxkg8Da6Yz62wBtTVsB872uvpKVBQjvXr3sEld_CypQ/s320/vaso.jpg" /></a></div><br />
Situação 2:<br />
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O filho está brincando com um amiguinho e esbarra-se em um vaso, bonito, porém menos valioso, e escuta:<br />
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"Moleque, você não enxerga não, é? Sabe quanto custou esse vaso? Vai levar uma palmadas/surra/beliscão pra aprender e ainda vai pegar todos os cacos espalhados pelo chão... "Ou "vai se virar, mas vai ter que me dar outro do mesmo... "<br />
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Por que a diferença de tratamento entre duas situações iguais?<br />
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A única diferença que eu vejo: Uma é criança e a outra/outro é adulto/a. E o hábito diz que se bate ferozmente em criança quando erra e se perdoa delicadamente o adulto que faz erros iguais ou piores - ainda se acrescenta a isso que ERRAR É HUMANO! E criança também não faz parte dessa espécie?<br />
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Andréa Cristina Mascarenhas Nascimento dos SantosAndréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8160266511678956637.post-76373808368012725792012-07-25T19:44:00.000-07:002012-07-27T12:30:31.070-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDNyexOgsk31hLU1Ubj3O7F1fCs_knFW4fmzMt_xG8aeYBJgAlW6Kp90SgCJc4K3ubE454zVCHMBInbROAvVkTeI7wmKEllE9M9ZBnaIHh-IxvqTbRCiYN62SSmXljqtGdsTrjKYUYWek/s1600/444.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDNyexOgsk31hLU1Ubj3O7F1fCs_knFW4fmzMt_xG8aeYBJgAlW6Kp90SgCJc4K3ubE454zVCHMBInbROAvVkTeI7wmKEllE9M9ZBnaIHh-IxvqTbRCiYN62SSmXljqtGdsTrjKYUYWek/s640/444.bmp" width="469" /></a></div>
<br />Andréa Mascarenhashttp://www.blogger.com/profile/14058829650658439982noreply@blogger.com0